Domingos Paciência, treinador do Belenenses, depois do empate cedido diante do Boavista (1-1), no Estádio do Restelo, em jogo da 17ª jornada da Liga. O jogo ficou marcado por um golo irregular de Mateus em tempo de compensação.

[Percebe que não tenha existido intervenção do vídeoárbitro no lance do golo do empate?]

- Normalmente, quem fala é quem foi prejudicado. O VAR veio para melhorar o futebol e evitar que hajam situações como esta, mas mesmo assim continuamos a assistir a situações como esta. Não quero por em causa a honestidade das pessoas. Se realmente esta tecnologia foi implementada é para cumprir. Nós treinadores queremos que o futebol continue a evoluir e temos de ter cuidado para não criar uma onda de contestação. A única coisa que quero dizer, em relação ao Gonçalo Martins é que só nos apitou duas vezes esta época e outra foi em Tondela, num jogo em que também houve um golo com a mão e não recorreu ao VAR. Empatámos o jogo, assumo a responsabilidade, principalmente pelo que fizemos na segunda parte. Mas os outros também têm de assumir. Ao intervalo já lhe tinha dito que tinha havido um penalti sobre o Maurides.

[Qual o estado de espirito do balneário?]

- É de revolta. Temos reuniões com o VAR para nos explicar a função do VAR. Se ela não funciona... É verdade que o Boavista podia ter feito golos, mas é normal que a equipa esteja revoltada. O Mateus está adiantado, está numa posição privilegiada e beneficia disso. Mas quem está a ver as imagens viu o lance de uma forma diferente e aí não podemos fazer nada.

[O que faltou para vencer esta noite?]

- Faltou ter jogadores com as características do Diogo Viana e do Fredy no banco para podermos continuar a jogar. Faltaram dois jogadores nos corredores para poderem entrar e estarem à altura. Tinha dois centrais, um ponta de lança, um médio.... Há que assumir as responsabilidades. Não fiz as melhores substituições, não ajudei a equipa naquilo que precisava, tenho de dar a mão à palmatória. Tentei segurar o jogo com a bola, mas não a conseguimos ter. Há que reconhecer, mas volto a referir que, independente destes erros, há outros que cometeram erros maiores. A mim mandam-me embora, aos árbitros também tem de acontecer alguma coisa.