Figura: Gaitán

Goza de uma vantagem em relação à maioria dos restantes jogadores: tem uma capacidade rara de domesticar a bola, que quando chega aos pés dele parece encher-se de areia, para ficar pesada, dócil e mansinha, mansinha, mansinha. Assim é realmente mais fácil jogar à bola e Gaitán encheu o campo de futebol. Tanto que esteve nos três golos, ao fazer dois deles e assistir, pelo meio, o outro.

Positivo: Grimaldo

Chegou a arrancar olés, o que faz sentido quando se trata de um jogador que controla a bola como o espanhol controla. Não é rápido, o que num lateral pode ser uma desvantagem grande, mas tem uma técnica, uma inteligência e uma elegância sublimes, que fazem acreditar que o Benfica tem aqui um lateral esquerdo para muitos anos: um lateral, já agora, que se farta de descer pelo corredor e atacar.

Momento: Jonas, ponto final, parágrafo

Gaitán já tinha feito o primeiro golo, que foi o grande momento de explosão de festa, numa altura em que o Sporting estava a vencer em Braga. Esse, portanto, foi o momento da grande explosão. Mas o momento da tranquilidade, do fim de contas, do ponto final parágrafo, o momento de respirar fundo, enfim, foi o golo de Jonas: o segundo golo, que encheu as bancadas de certezas.

OUTROS DESTAQUES:

Jonas

Não começou por ter um jogo fácil, até porque o Nacional entrou bem no jogo, mas ainda foi a tempo de ser fundamental, como sempre é: primeiro aproveitou um grande passe de Gaitán para fazer o segundo golo, depois esteve na origem do terceiro e ainda assistiu Pizzi para o quarto.

Mitroglou

Não marcou, e até teve uma excelente ocasião para isso, quando Jonas lhe cruzou a bola que só tinha que empurrar a um metro da baliza (saiu à trave, foi azar...), mas fartou-se de trabalhar e criar jogo para os companheiros. Impressionante como os colegas o procuram nas saídas para o ataque.

Pizzi

Entrou no jogo a ameaçar marcar, naquela que foi a única oportunidade de golo antes de Gaitán abrir o marcador, mas a bola saiu a centímetros do poste. Depois disso esteve no primeiro golo, ao sair disparado para a baliza do Nacional antes de Gaitán finalizar, e marcou ele próprio o quarto.

Lindelof

Formou com Jardel um dupla de respeito para a fase decisiva da temporada, sendo dois jogadores que se complementavam. Esta tarde, como tantas outras vezes, houve um que deu mais nas vistas: Lindelof apanhou quase sempre com Tiquinho Soares pela frente e nunca saiu a perder. Muito bom.

Salvador Agra

Foi o mais dinâmico e empreendedor dos jogadores do Nacional, procurando sempre o espaço vazio para explorar a velocidade em direção à baliza adversária. Teve a primeira grande oportunidade do jogo, mas a bola saiu ao lado, e já nos minutos finais viu coroado o esforço com o golo de honra.

Público da Luz

Se houve ano em que os adeptos foram fundamentais, seguramente que foi este. Foram eles que muitas vezes pegaram na equipa e a encheram de carinho, até se tornar efetivamente. Esta tarde, no jogo da consagração, não faltaram, claro, numa festa enorme que eles mereceram como poucos.