A FIGURA: RICARDO VELHO

Ricardo Velho: jogo soberbo, com numerosas defesas de elevado grau de dificuldade. Começou logo no primeiro minuto, quando evitou o golo a João Mário. Rafa também tentou, várias vezes e numa delas rematou duas vezes seguidas para duas defesas do guardião dos algarvios, que voou também para negar um golo de Di María que parecia certo aos 39 minutos. Como se não bastasse tudo isso, ainda lançou com sucesso transições perigosas do Farense. Na segunda parte manteve o nível: aos 76 minutos lançou-se novamente para negar as intenções do argentino e aos 89m reeditou o frente a frente com Rafa para mais uma soberba parada. Exibição para recordar até Ricardo ser... velhinho.

O MOMENTO: golo do Farense. MINUTO 51

O Farense resistia às inúmeras investidas do Benfica, mas nunca deixou de ter olhos para a baliza de Trubin, fosse em transições rápidas ou em bolas paradas. E foi numa delas que se adiantou no marcador por Cláudio Falcão. O momento deixou a Luz intranquila e bastou para que o Farense, entre a exibição soberba de Ricardo Velho, a capacidade para resistir e o desacerto dos jogadores do Benfica, levasse um ponto para o Algarve.

OUTROS DESTAQUES

Di María: na primeira parte passou quase tudo pelo argentino, que colecionou lances de rasgo e assistências valiosas. Aos 39 minutos esteve perto do golo, mas Ricardo Velho negou-lhe as intenções. Na segunda parte continuou a assumir protagonismo, que reforçou após o golo de Cláudio Falcão, mas faltou-lhe apoio, numas vezes, e, noutras, discernimento. Quase marcou aos 76 minutos num cruzamento-remate.

Aursnes: deu profundidade ao corredor direito e contribuiu para a criação de várias jogadas de perigo. Tirou três cruzamentos perfeitos, todos para Rafa. A fixação do norueguês pelo 27 foi recompensada aos 71 minutos, quando Rafa, finalmente, encostou com sucesso na enésima vez em que apareceu na pequena-área para finalizar. Pouco depois repetiu a combinação, com Rafa, agora sem as melhores condições atirar ao lado após finalização de recurso. Aos 88 minutos entregou o 2-1 a Gonçalo Guedes, mas o tiro saiu às malhas laterais.

Rafa: apareceu quase sempre no sítio certo, mas falhou quase sempre na finalização. Foi dele o golo do empate, pelo que se deveu a ele o ponto que o Benfica conquistou. Mas também se devem a ele os outros dois que ficaram.

Kökçü: regressou às opções iniciais do Benfica ao fim de dois meses, mas ainda parece estar longe do nível ideal. A capacidade de passe está lá, mas falta-lhe quase tudo o que fez dele o jogador mais caro da história do clube encarnado. Um remate perigoso de meia-distância aos 55 minutos foi o melhor que fez numa noite em que esteve demasiado discreto e longe das zonas de perigo.

Morato: manteve o lugar como lateral-esquerdo e pelos vistos é para manter. Porque mostrou-se mais adaptado à posição e também porque nesta noite nenhum dos dois laterais canhotos de raiz estava sequer no banco de suplentes. Conseguiu dar maior profundidade ao corredor do que em jogos anteriores e apareceu até com perigo na área adversária, sendo servido várias vezes ao segundo poste.

Mattheus Oliveira: está sem sombra de dúvidas a realizar uma das melhores temporadas da carreira. Definiu quase sempre bem com bola e ameaçou duas vezes o golo, com aquele pé esquerdo que tantos estragos é capaz de fazer. Nos 45 minutos iniciais ameaçou o golo duas vezes. Primeiro na cobrança de um livre bem batido e depois num remate de meia-distância que quase tirou tinta ao poste da baliza de Trubin.