O Benfica fechou o primeiro ciclo da temporada com uma vitória retumbante sobre o até agora líder Vitória e vai para a pausa das seleções com o clima que Roger Schmidt havia desejado na véspera.

No quarto jogo da Liga, os encarnados arrancaram a terceira vitória (seguida) e a mais significativas de todas. Pelos números (4-0) e pelo futebol praticado numa noite que antes de se tornar óbvia teve minutos caóticos.

O Vitória entrou bem no jogo e a explorar aquela que parece ser a maior das fraquezas do campeão nacional: a transição defensiva quando a primeira linha de pressão é superada.

Mas o espaço que o Benfica concedia no meio-campo defensivo também encontrava no ataque, consequência da postura corajosa dos visitantes.

Rafa esteve endiabrado nas costas de Musa (titular em detrimento de Arthur Cabral), Di María acertou o passo após dois momentos de displicência nos minutos iniciais, viu-se no relvado da Luz o melhor João Mário da época, a visão e o golo de Kökçü e Aursnes a arrancar a melhor exibição de um lateral-esquerdo das águias em 2023/24.

O autogolo de Jorge Fernandes aos 11 minutos fez com que o Benfica crescesse ainda mais no jogo após minutos iniciais de boa resposta dos minhotos, mas foi a expulsão de João Mendes – por atingir Otamendi no rosto com a chuteira – que fez desabar por completo a estratégia do conjunto de Paulo Turra, obrigado a partir daí a ser o que tinha recusado ser até então: uma equipa de tração-atrás.

E o Benfica tornou-se uma equipa ainda mais total. Se o Vitória baixava as linhas, a equipa de Roger Schmidt metia ainda mais homens na frente. Se não havia espaço pelo meio, descongestionava com aberturas pelos flancos, obrigando a muralha dos visitantes a abrir.

O 2-0 foi consequência natural do enorme ascendente dos encarnados e do trabalho de três dos melhores jogadores do Benfica nesta noite: João Mário (na recuperação), Rafa (na assistência) e Di María na finalização.

Sem forçar muito, o campeão nacional continuou a acumular chegadas perigosas à área de Bruno Varela, que negou golos a João Mário e a Musa, mas nada pôde fazer para evitar o remate soberbo de Kökçü em cima do intervalo.

O Vitória regressou para a segunda parte com duas alterações, mas os ajustes de Paulo Turra tardaram a surtir efeito. Porque o 4-0, de Aursnes, chegou 23 segundos depois do recomeço do jogo e porque as águias pareciam estar longe de estar saciadas e aceleraram ainda mais o jogo. Musa acertou na barra, Neves falhou por centímetros e João Mário viu Bruno Varela negar-lhe o 5-0. Tudo isto até à hora de jogo.

Depois disso, o tempo rolou até ao apito final, com substituições avulso, o Vitória a marcar por Nélson da Luz (golo anulado por braço na bola), um penálti a favor dos encarnados revertido e sempre mais ação junto à baliza visitante.

O Benfica vai para a pausa das seleções como Schmidt queria: a viver sobre uma vitória. Das gordas.