Passeio tranquilo do Benfica à Madeira e liderança destacada bem segura. O triunfo dos encarnados ficou-se pelo 3-0, mas poderia muito bem ser escrito com números mais expressivos. Faltou alguma concentração nos minutos iniciais para bater um grande guarda-redes do Marítimo, mas a persistência encarregou-se de resolver a questão e sem grandes dificuldades. 

Se o Benfica está cada vez mais seguro no topo, já o Marítimo continua em situação muito aflitiva, ainda para mais depois de uma exibição em que revelou muitas carências defensivas e muito poucas ideias ofensivas. 

Do lado do Marítimo, José Gomes operou três alterações no onze inicial face ao jogo com o Gil Vicente. Saíram Val Soares (castigado), João Afonso e Riascos, entrando Mosquera, Beltrame e Léo Pereira. Quanto ao Benfica, comparativamente ao duelo com Club Brugge, Roger Schmidt alterou apenas uma peça no seu xadrez. Rafa, baixa de última hora devido a síndrome gripal, foi rendido por Neres.

Os encarnados entraram a querer mandar cedo no jogo e conseguiram esse objetivo com alguma facilidade, embora com a ajuda do Marítimo, que cedo mostrou uma apetência defensiva para tentar explorar as transições rápidas. Mas o contragolpe madeirense raramente funcionou no primeiro tempo. 

A pressão alta do Benfica começou a dar frutos logo aos seis minutos: bola recuperada no meio campo dos madeirenses e Aursnes, na direita da área, junto à linha de fundo, atrasou para João Mário, mas o português, bem posicionado, rematou por cima, de pé esquerdo.

Aos 17 minutos, o capitão voltou a falhar uma nova grande oportunidade, após um belo cruzamento de Bah para a zona do primeiro poste. A equipa de Roger Schmidt dominava e sufocava um Marítimo demasiado tímido e esta postura acabou por ser penalizada ao minuto 29.

Gonçalo Ramos tocou para Aursnes, que atirou para defesa de Marcelo Carné, o norueguês foi derrubado e Fábio Veríssimo não teve dúvidas em apontar para a marca dos 11 metros. Mas João Mário atirou para a bancada… 

Logo a seguir, o Marítimo chegou a introduzir a bola na baliza de Vlachodimos, por Winck, mas o golaço não contou, uma vez que o lateral dos insulares estava um pouco adiantado no momento do passe de Vidigal. 

O lance assustou as hostes lisboetas, mas não retirou ânimo ao ataque das águias. Na resposta, Grimaldo encontrou espaço para cruzar para área, onde Aursnes tocou de primeira para Neres, mas Marcelo Carné, com uma grande defesa, desviou por cima da trave.

Cheirava que o primeiro tempo não ia terminar sem golos. E assim aconteceu, só que foi mesmo em cima do intervalo, e com João Mário a redimir-se dos três falhanços. O portugês ganhou espaço na área e cruzou para Neres, que surgiu sem marcação para desviar para 1-0. 

O Marítimo procurou reagir, mas foi o Benfica, por intermédio de Grimaldo, após uma boa combinação com Aursnes, a ficar perto de ampliar a vantagem, que só não aconteceu por força de nova grande defesa de Marcelo Carné.

Sem alterações nos dois onzes ao intervalo, a partida foi reatada com os lisboetas a carregar com tudo para chegar rapidamente a novo golo para tranquilizar a discussão do resultado. E este acabou por ser sentenciado entre os 50 e os 57 minutos, com os tentos de João Mário e David Neres, respetivamente: o 2-0 após uma hesitação entre Carné e Mosquera e o 3-0 após um bom lance com Aursnes e Grimaldo. O Marítimo voltou ao jogo com a obrigação de atacar mais, mas ao fazê-lo, abriu autênticas autoestradas para as transições rápidas dos encarnados. 

A equipa de Schmidt relaxou um pouco após o 3-0, mas o jogo também foi perdendo acutilância ofensiva devido às substituições que ambos os técnicos foram operando com o avançar do relógio. Mesmo na gestão, o Benfica não tirou os olhos da baliza madeirense e podia ter marcado por João Neves e Musa, ante um Marítimo que também se preocupou em não sofrer mais golos. Nota ainda para as estreias de Tengstedt e Schjelderup na equipa principal das águias.