Luís Filipe Vieira deixou uma declaração surpreendente na entrevista desta quinta-feira à BTV. O presidente do Benfica garantiu que Jan Oblak foi oferecido ao Benfica, já depois de ter rumado ao Atlético de Madrid pelo valor da cláusula de rescisão.

«Nunca pensámos que Oblak fugisse novamente. Foi uma surpresa. Já foi oferecido novamente, veja lá. A vida é feita disso. Não foi o Atlético de Madrid diretamente, mas um empresário. Fizeram uma proposta que envolvia o Oblak e uma quantia em dinheiro por outro jogador. Mas para quem já fugiu duas vezes…nem valia a pena pensar nisso», adiantou.

A propósito de Oblak mas também de Markovic, que saiu igualmente pela cláusula, Vieira defendeu que o Benfica pouco podia fazer para evitar as principais saídas. «Nunca pensei que o Markovic saísse agora», acrescentou.

O presidente encarnado explicou ainda os contornos da venda de Garay ao Zenit, por apenas seis milhões de euros (para os cofres da Luz ficam apenas 2,4 milhões). «Veio na altura da venda do Coentrão e o Benfica ficou com 50 por cento do passe. Era para sair no ano seguinte, pois o salário era elevado. Por isso tinha uma cláusula baixa, de vinte milhões de euros. Estamos a falar de um jogador de top e na altura não tivemos nenhuma oferta, e o Garay também não queria sair. A oferta que apareceu foi em janeiro. Falámos com ele e dissemos que era impossível sair. Foi de 15 milhões de euros. Prometemos falar no final da época», começou por dizer.

«Sabendo o vencimento que ele auferia, não podíamos competir. O Garay não podia ignorar uma oportunidade destas. Face às circunstâncias e à motivação do próprio, não tivemos outro caminho. Não tínhamos espaço, pois em janeiro estava livre. Era uma situação delicada. Havia um acordo para resolver tudo 48 horas antes do início do Mundial», acrescentou.

O presidente do Benfica negou ainda que o valor da venda de Garay se explique com a saída posterior de outro elemento para o Zenit: «Desminto categoricamente. E o Real não tinha que ficar chateado, até pela relação que temos. Não andamos a esconder nada a ninguém. O Paulo Gonçalves teve de ir a Belo Horizonte, pois tinha de ficar resolvido antes do Mundial.»

Em relação a Óscar Cardozo ficou confirmado que a transferência para o Trabzonspor rendeu cinco milhões de euros. «Quem estiver atento ao que se passa no futebol acha que é um bom negócio», disse Vieira. «Tinha a oportunidade de fazer o contrato da vida dele. Não estaria mais disponível para estar no Benfica. Face ao último período era bom Cardozo sair», acrescentou.

Em relação a Siqueira, que estava emprestado pelo Granada e acabou por rumar ao At. Madrid, o presidente do Benfica reiterou que o entrave foi o vencimento do lateral esquerdo: «Tivemos uma reunião bastante profunda, dias antes da primeira eliminatória em Turim. Falámos com o empresário dele, e as coisas estavam mais ou menos encaminhadas, mas depois a parte salarial saltou para cima. E não havia hipótese. Nem valia renegociar a cláusula com o Granada.»