Rui Vitória, treinador do Benfica, analisa a goleada ao Vitória de Setúbal (6-0), na 12ª jornada da Liga:

«Foi uma vitória muito bem conseguida. Uma exibição muito boa, com golos de variadíssimas características. Fizemos o que tínhamos a fazer do primeiro ao último minuto: intensos na pressão, a criar intranquilidade na saída de bola do Vitória, a provocar erros. O resultado foi avolumando-se, e foi uma exibição de grande qualidade, do princípio ao fim.»

[sobre os pontos recuperados aos rivais] «Sou a mesma pessoa que estava aqui ontem a falar. O foco somos nós. É factual que nos aproximámos, mas nada mais do que isso. Temos de trabalhar, temos muito trabalho pela frente. A minha forma de trabalhar é a mesma.»

[sobre a utilização de Jonas como «9», uma vez mais] «É o melhor marcador do campeonato. Em qualquer dos sistemas é muito importante. O mais importante é a dinâmica da equipa, os princípios que tem. A nossa equipa joga já de duas maneiras com níveis muito elevados, isto é, a corresponder às nossas ideias. Isso tem acontecido. O Jonas é um dos avançados. É um jogador de enorme qualidade. Jogámos com um na frente, mas de repente jogámos com três ou quatro pontas de lança. Mais do que o número, o que conta são as ideias.»

[vai manter o 4x3x3 no clássico ou apostar num «duplo pivot» no Dragão?] «Calma. Hoje é domingo. Ainda vamos jantar agora, começar a recuperar. É mais um clássico que vamos fazer.»

[tinha falado que o mais importante era ganhar, e depois, se possível, com qualidade. Esta exibição dá confiança à equipa?] «Não somos diferentes do que éramos. Ganhar, com qualidade, dá essa confiança, mas isso também de vir do reconhecimento do nosso valor. Eu disse que a bola ia entrar, ou que tinha de entrar de qualquer maneira, porque senti isso. E quem trabalha com seres humanos às vezes percebe estas coisas só pelo olhar. Existia um positivismo muito grande. Não somos diferentes do que éramos às 19h. Ganhámos alguns pontos, é um facto. Ou os outros perderam pontos para nós, mas agora vamos para o próximo jogo. É com o FC Porto...cá estaremos. Nada de mais especial.»

[este jogo retira pressão à equipa e ao treinador?] «Quero ser delicado a falar. A naturalidade com que falo agora é a mesma com que falei ontem, ou quando fomos tetra. Eu sou assim, dificilmente mudarei. Tenho uma forma de estar muito regulada, muito autoregulada. Isso da pressão...se quisesse outra profissão tinha-a escolhido. Quem está nesta profissão tem de saber as regras do jogo. Não ligo nada a isso, a mais ou menos pressão. Quero ter sempre a pressão de ganhar.»