Mais de quatro meses depois, o Boavista voltou a ganhar no Bessa.

A presa da pantera foi o Estoril que fez um jogo abaixo do que já mostrou esta temporada e perdeu por 2-1. O tabuleiro ficou muito cedo inclinado com um golo de Sasso (quem diria?) e com outro do regressado Bozeník apesar de os canarinhos ainda terem tentado reagir, mas sem sucesso.

Os primeiros minutos deram sinais de um Estoril com intenção de ter bola, com as linhas bem subidas e com vontade de ser protagonista. Deu o primeiro aviso num disparo de Volnei que João Gonçalves travou com dificuldade. Seguiu-se um ligeiro ascendente axadrezado que acabou com um golo (feliz) de Sasso na sequência de um pontapé de canto (15m).

O finalista vencido da Taça da Liga sentiu o golpe sofrido e foi graças a Dani Figueira que não viu o jogo fugir-lhe ainda mais. Mangala aliviou mal e Bozeník, que voltou a jogar após a transferência falhada para o Sevilha, só não marcou porque o guarda-redes do Estoril fez a defesa da noite (19m).

Esse lance revelou-se um prenúncio para o que viria a acontecer dez minutos depois. Numa transição após perda de bola de Guitane, Reisinho conduziu, esperou, esperou até soltar no tempo certo para Bozeník. O eslovaco agradeceu o passe e fez o oitavo golo na Liga, dando ainda maior conforto ao Boavista.

Exceção feita a um remate de Marqués quando o jogo ainda estava 1-0, o Estoril sentiu muitas dificuldades para criar perigo até ao intervalo. Embora conseguissem ligar por dentro e ter espaço nos corredores, os homens do conjunto da Linha pecaram na definição e perderam algumas jogadas que pareciam prometedoras.

Com uma tarefa quase hercúlea à entrada para a segunda parte, os canarinhos subiram o nível na tentativa de chegar a um golo madrugador que os recolocasse na discussão da partida. Ao contrário do estreante João Basso, que falhou de forma incrível o 2-1, Alejandro Marqués não falhou e relançou o jogo (54m).

O Boavista desapareceu em termos ofensivos e caiu no erro de defender o resultado. Um filme que, não raras vezes, tem um fim infeliz. Não foi, contudo, o caso desta vez. Os axadrezados aguentaram os ataques do oponente, resistiram à saída por lesão de Seba Pérez e mostraram-se confortáveis sem bola - não remataram à baliza nos segundos 45m.

Por outro lado, é justo reconhecer que o Estoril também não teve nenhuma grande ocasião após ter feito o 2-1. A vitória assenta bem ao Boavista, a equipa mais prática e eficaz, que assim salta para o 9.º lugar enquanto o Estoril continua em 14.º.