Jorge Simão, treinador do Boavista, depois do empate diante do Belenenses (1-1), no Estádio do Restelo, em jogo da 17ª jornada da Liga.

[Acreditou sempre que a equipa ia acabar por chegar ao empate?]

- Senti que podíamos ter empatado mais cedo e, se o golo tivesse chegado mais cedo, teríamos ainda tempo para procurar a vitória. Aconteceu só no fim, na pate final, e quase que impossibilitou uma reação maior. Foi um golo justíssimo, uma reação belíssima. Para mim, é uma vitória que vale um ponto.

[Gostou da reação na segunda parte?]

- A reação não começou no início da segunda parte. A forma como acabámos a primeira parte, já tínhamos ascendente, maior domínio territorial. Fomos poucos acutilantes, mas o golo do Belenenses também nasce numa situação fortuita. Colocou-nos mais uma vez numa posição de desvantagem e que nos levou a um maior esforço. O golo premeia tudo aquilo que fomos prevendo. Premeia também os jogadores que têm sido pouco utilizados, estou a referir- me ao Tahar, ao Leo e ao Rui Pedro. O que faz para mim, como treinador, é uma grande satisfação contar com jogadores que, mesmo não tendo a utilização que gostariam ter, quando são chamados dão o seu talento com vontade.

[Gostou da dinâmica com Leonardo Ruiz, Rui Pedro e Mateus?]

- Gostei. Tudo o que vou fazendo tem a ver com a resposta dos jogadores, Quando a resposta é positiva, é mais uma luzinha que se acende. Não sou um treinador que tenha de oferecer minutos. Os minutos de jogo são dados, são atribuídos, a quem me faz conquistar. Quando isso acontece, quando os jogadores dão provas que são importantes, para mim é uma satisfação enorme porque alarga o leque de opções.

[Acredita no regresso de um Boavistão?]

- Tenho o sonho de poder dar o meu contributo para que este clube retome o caminho para o que já foi no passado recente. Não direi chegar ao patamar de campeão, mas chegar um novo nível que possa aproximar o Boavista do topo.

- Uma última palavra de apreço para os nossos adeptos. Pode parecer banal, mas é sentido. Num dia de semana, às nove da noite, num dia de semana, a 300 quilómetros de distância, conseguir movimentar estes adeptos, é sinal da grandeza do clube. Ter aquela mancha ali é motivo de grande satisfação.