Luís Castro, treinador do Desp. Chaves em declarações na conferência de imprensa após o jogo em que a sua equipa empatou 3-3, no terreno do Boavista, neste sábado.

«Acho que depois do 0-1 a equipa perdeu o foco daquilo que tinha de fazer dentro do campo. e isso traduziu-se em dois golos consentidos pela minha equipa. Apesar da boa entrada e de jogarmos por dentro e por fora, a variar o jogo pelos três corredores, depois do golo perdemos um pouco o foco. Também por mérito do Boavista que pegou mais no jogo, mas nós falhámos meia dúzia de passes de ligação que proporcionaram ataques rápidos ao Boavista. Chegámos ao intervalo claramente em inferioridade em termos mentais. A dimensão psicológica da equipa naquele momento estava muito afetada porque a equipa sentiu o passar de 0-1 para 2-1 favorável ao Boavista e o 3-1 ainda foi mais penalizador porque tínhamos o jogo controlado. Mas a partir daí a equipa teve uma reação emocional forte e com naturalidade chegou ao 3-3.

Normalmente achamos que isto acontece só de vez em quando, mas esta semana vimos e hoje voltámos a ver também que tudo é possível no futebol. Para quem viu, foi um bom espectáculo. Já nos tinha acontecido um jogo destes no 4-3 em casa com o Vitória [Guimarães], e estes são jogos que toda a gente gosta. Nós, treinadores, gostamos mais de ganhar do que de empatar e perder, mas aceitamos.» 

[depois do 3-1 ainda acreditava no empate?]

«Acreditava, se não atirava a equipa para a frente como atirei. Trocámos o Djavan pelo Perdigão, o Tiba pelo Platiny e passámos de um 4-3-3 para 4-4-2. Arriscámos tudo, é natural que a equipa se desequilibrasse aqui e ali porque é um sistema com o qual não estamos muitas vezes em campo, mas acreditei eu e os jogadores. E os sinais que entraram em campo foram de risco total para irmos à procura do que queríamos para alterar o 3-1.»

[é um empate que sabe a vitória?]

«Não sabe a vitória porque não tem os três pontos associados, mas se calhar eu aceito melhor  empate que vim de um 3-1 para o 3-3, do que o Jorge Simão porque estava em vantagem e a equipa adversária chega ao empate. Mas se olharmos para o jogo de forma global, penso que não ficámos nada a dever à equipa do Boavista e até acho que estivemos mais por cima no jogo durante mais tempo, embora o resultado se ajuste em função do que se passou ao longo dos 93 minutos de jogo.»

[Objetivo de chegar à Europa fica mais longe?]

«Esse nunca foi um objetivo declarado a chegada a um lugar específico. Foi assumido o objetivo de estar nos nove primeiros lugares da tabela e o 5.º lugar faz parte desses intervalo. Nós não deixamos de ser ambiciosos e aquilo que me pressiona dia a dia é preparar a minha equipa para satisfazer os sócios naquilo que é a produção de jogo. Aí, sinto-me muito desiludido quando a minha equipa não apresenta um bom jogo de futebol. Quando as equipas saem do estádio com o sentimento de terem visto um jogo mau. Nesses dias é que me sinto triste na minha vida de treinador. Hoje, não sinto isso.»