A FIGURA: BRAHIMI
Brahimi apresentou, com a devida anuência de Julen Lopetegui, a sua candidatura a maestro portista a partir do centro do terreno. O treinador espanhol apostou numa fórmula testada esporadicamente, na época passada, para compensar a falta de criatividade no setor intermediário dos dragões. E Brahimi respondeu em apenas sete minutos. Iniciou a jogada a meio-campo, fugiu a Babanco e recebeu de Maxi. Já na área, fintou Yohan Tavares para servir Aboubakar. 1-0. Durante largo período, foi Brahimi a criar sem acompanhamento devido. Perto do interavalo, com a saída de Varela, regressou aos flancos mas manteve a influência, embora com menor proximidade à área.

O MOMENTO: PONTO FINAL DE MAICON
Quase uma hora de jogo entre o golo madrugador do FC Porto e o ponto final na questão, entre fases de grande assédio do Estoril à baliza de Iker Casillas. Seria Maicon, na cobrança de um livre direito, a dissipar dúvidas. Belo remate, em força, para o poste mais distante, contando com a aposta errada de Kieszek. O guarda-redes deu passos no sentido contrário e não conseguiu reagir quando a bola surgiu na trajetória inesperada. Momento de tranquilidade no Dragão.

OUTROS DESTAQUES:

André André
Tal como aconteceu nas duas primeiras jornadas, foi a primeira aposta de Julen Lopetegui. Desta vez, para o lugar de Varela, com o regresso de Brahimi ao flanco. André André voltou a partir do banco de suplentes para um desempenho interessante, à sua imagem. Com liberdade para surgir em linhas mais ofensivas, conquistou algumas faltas junto à área contrária e Maicon aproveitaria um desses lances para fazer o segundo golo do FC Porto. Foi a segunda melhor unidade azul e branca, a seguir a Brahimi.

Aboubakar
Dois jogos no Estádio do Dragão, três golos. Ficou em branco na deslocação à Madeira, onde teve uma reação de desalento no momento da substituição, mas manteve a titularidade e respondeu da melhor forma a uma assistência de Brahimi, fazendo a bola entrar depois de passar pelo meio das pernas de Diego Carlos. Mas fez mais. Demonstrou sobretudo vontade de assumir o jogo e recuou vezes sem conta para iniciar lances de ataque, não se limitando à finalização. Rematou pouco, é certo, mas trabalhou imenso e viu até um cartão amarelo em missão de apoio defensivo.

Gerso
É estranho pensar que este extremo passou a época passada em Moreira de Cónegos por empréstimo do Estoril. No regresso a casa, Gerso tem-se assumido como o farol ofensivo da formação orientada por Fabiano Soares. O extremo travou um duelo quente e emocionante com Maxi Pereira, criando alguns lances de perigo. Perdeu frescura e clarividência na última meia-hora.

Diego Carlos
Exibição de qualidade neste reencontro com o FC Porto. O defesa brasileiro esteve na equipa B dos dragões na temporada transata, por cedência do Estoril, e ficou marcado por alguns erros comprometedores. Porém, tem qualidade e deu boa conta de si no confronto com Aboubakar e seus pares. O Estoril permitiu poucos remates à formação portista. Para além disso, Diego Carlos mostrou-se particularmente perigoso em lances ofensivos de bola parada, ficando perto do golo num par de ocasiões, ainda na primeira parte.

Martins Indi
Julen Lopetegui deixou Cissokho na bancada e José Ángel no banco de suplentes. A dois dias do fecho do mercado de transferências, irá o FC Porto garantir um lateral esquerdo que convença plenamente o treinador espanhol? Martins Indi, não sendo uma novidade por ali, tem naturais dificuldades em acompanhar o futebol ofensivo dos dragões. Ainda assim, cumpriu a defender e tirou dois/três cruzamentos. Chega?

Iker Casillas
Teve mais trabalho do que poderia esperar mas resolveu as questões, com os pés e num par de intervenções seguras. Destaque para um voo na etapa complementar a remata de Bruno César. Seguro.