Bruno de Carvalho afirmou, numa entrevista do programa BBC World Football Show, que o Sporting «não pretendia vender Marcos Rojo, dado que era um jogador muito importante», ms que «a pressão foi tão grande, que os representantes da Doyen começaram a falar com os clubes e a aparecer nas reuniões».

«Os diretores do Sporting pensavam que eram empresários ligados a clubes até porque falavam em inglês, apesar de serem portugueses».

No fundo, referiu ainda Bruno de Carvalho, os dirigentes leoninos «acreditaram que era alguém ligado a um clube, quando se tratavam apenas de empresários ligados aos fundos».

Nessa mesma entrevista, Bruno de Carvalho mostrou-se particularmente satisfeito com a decisão da FIFA de regulamentar a questão dos fundos: «Nós não sabemos de onde vem o dinheiro, nem conhecemos as pessoas», sublinhou.

«Os fundos garantem apenas dois, três anos de sobrevivência aos clubes. Sem regulamentação, não ajudam em nada.»

Para Bruno de Carvalho, «a FIFA percebe quem no futebol não pretende essa ameaça». «Atualmente, os fundos estão em cima dos clubes, respirando permanentemente sobre eles. Os clubes necessitam de soluções e algumas pessoas apareceram a dizer que iam resolver os problemas, quando, na verdade, só estavam a matar o futebol.»

Finalmente, Bruno de Carvalho citou os exemplos recentes da venda de Mangala para o Manchester City e do empréstimo de Falcao ao Manchester United, como sendo exemplos paradigmáticos do benefício dos passes tripartidos apenas para os clubes grandes.

«Dizem que os fundos beneficiam as equipas pequenas. Vejamos então onde se encontram os jogadores envolvidos nesse tipo de negócios, por exemplo, Falcao e Mangala? Em clubes grandes», argumentou o presidente verde-e-branco. «No fundo, os pequenos não são ajudados e os grandes ficam cada vez maiores», referiu ainda.

«Vejo pessoas muito satisfeitas por venderem um jogador por mais de 50 milhões de euros, quando, na verdade, acabam por receber apenas 4 ou 5 milhões de euros por eles. E acabam por pagar mais do que o que recebem apenas no salário de um ano.»

«Os clubes perdem dinheiro quase sempre. É uma simples questão de matemática».