Bruno de Carvalho escreveu esta segunda-feira um artigo no Diário de Notícias sobre a situação financeira do Sporting, no qual revelou que a SAD fez uma nova reestruturação da dívida.

Esta mais recente negociação com os bancos (Novo Banco e BCP) vai permitir ao Sporting adquirir as VMOC e manter o controlo maioritário da SAD em condições favoráveis, garantiu.

«Conseguimos negociar uma melhoria das condições da reestruturação financeira», escreveu Bruno de Carvalho, acrescentando que «o ponto de maior importância é a alteração do valor máximo a pagar para garantir a manutenção da maioria na SAD passando de 44 milhões para 17,5 milhões, dos quais já temos na conta reserva 5 milhões e no início da próxima época já teremos a totalidade necessária para garantir a maioria na SAD.»

O presidente fala também numa «definição do preço de compra de cada VMOC a 30 cêntimos por utilização da conta reserva», o que significa que o Sporting «apenas necessita de 40,5 milhões para comprar a totalidade das VMOC, em vez dos anteriores 135 milhões». Este novo valor «é inferior ao esperado valor de 44 milhões necessário para garantir apenas a maioria na SAD».

Basicamente, portanto, o Sporting tinha uma dívida total de 135 milhões de euros em VMOC, a qual passou, de acordo com Bruno de Carvalho, para 40,5 milhões.

Destes 40,5 milhões, o Sporting vai comprar de imediato 17,5 milhões para manter o controlo da SAD, ficando os bancos com os restantes 23 milhões.

«Com a alteração de condições de reembolso e a opção de compra das VMOC, deixa de haver a necessidade da nova emissão de 55 milhões de VMOC (a ser subscritas pelos Bancos) nem do aumento de capital de 18 milhões», como estava previsto na reestruturação financeira de 2013, embora Bruno de Carvalho avise que o aumento de capital em 18 milhões «pode ser feito ou não».

«Esta negociação foi conseguida sem aumento das taxas de juros e sem entrega de garantias adicionais aos bancos. Isto tudo também serve para perceber a posição tornada pública pela Holdimo, com o pedido de uma AG da SAD, pois a mesma percebeu que rapidamente a sua posição ficará diluída (cerca de 10 por cento face aos 26 por cento atuais).»

Num extenso artigo sobre a situação financeira do Sporting, o presidente leonino fala também dos empréstimos obrigacionistas que o Sporting quer lançar, até um máximo de 60 milhões de euros.

«A emissão global de 60 milhões visa autorizar os 30 milhões a emitir em novembro (para reembolsar a linha de 2015) e esta nova operação que poderá ir de 15 a 30 milhões», escreveu.

«A emissão de 15 milhões está alinhada com o acordo com o Novo Banco e o BCP de permitir aumentos de dívida desde que no global a mesma não aumente. A 31 de dezembro de 2017 a dívida bancária reduziu-se 16 milhões já em antecipação a esta possibilidade.»

Bruno de Carvalho diz, por fim, que a nova emissão de 15 milhões (que pode ir até aos 30 milhões) terá um juro de 6 por cento e que os dois empréstimos obrigacionistas terão prazos de maturidade diferentes: um a dois anos (termina em 2020) e o outro a três anos (termina em 2021).