O Sporting assinou, nesta quarta-feira, uma parceria com o New England Revolution, emblema da Major League Soccer (MLS). O acordo, para já válido por cinco anos (renovável), contempla a cedência de jogadores da formação leonina ao emblema norte-americano.

«É um passo muito importante no objetivo de ter parcerias que permitam a evolução dos nossos jovens jogadores», disse o presidente do Sporting, em conferência de imprensa.

Bruno de Carvalho lembrou o interesse que a sua direção tem demonstrado no mercado americano, comprovado de resto pelas aquisições de Fredy Montero e Oriol Rosell. «É um mercado muito importante e devemos manter com uma Liga em crescendo, que vai estar no centro das atenções», defendeu.

O líder leonino adiantou, de resto, que «é bem possível que em janeiro alguns jovens sejam já cedidos ao New England Revolution», na sequência desta parceria nascida por ocasião do Portugal-México disputado no Gilette Stadium, em junho.

Brian Bilello, presidente do emblema norte-americano, destacou a circunstância de esta ser a primeira parceria internacional da história do clube, que vai fazer vinte anos de vida em 2015.
«Nas conversas com o Bruno e com os dirigentes do Sporting, em junho, percebemos que esta parceria podia ser muito proveitosa, que o Sporting tinha muito a oferecer. O nosso projeto da academia tem menos de dez anos, e o Sporting é uma das melhores academias do mundo. É uma grande oportunidade ter acesso a alguns jovens do Sporting, mas também desenvolver os nossos jovens», explicou.

O protocolo prevê, por isso, que o Sporting partilhe os seus conhecimentos ao nível técnico, assim como a promoção de ambas as marcas junto da comunidade portuguesa de Boston. «Será importante manter essa ligação», disse Bilello.

Em aberto fica também a possibilidade de o Sporting realizar estágios de pré-epoca nos Estados Unidos, algo que já foi estudado nos últimos anos, pela direção de Bruno de Carvalho.

Um presidente satisfeito mas não feliz

À margem da apresentação deste protocolo de cooperação, Bruno de Carvalho analisou o jogo da véspera com o Chelsea, mostrando-se satisfeito com o comportamento dos jogadores, mas sem conseguir estar feliz.

«Não é fácil para mim estar muito feliz quando o Sporting empata ou perde. Esta época tive duas alegrias: com o Arouca, e custou, e frente ao Gil Vicente. Mas querendo ser justo com os jogadores, considero que foi um grande jogo. Foi uma grande festa, que começou nas bancadas, mostrando uma vez mais que temos os melhores adeptos do mundo», começou por dizer.

«A segunda parte foi quase perfeita, e por isso percebo que os adeptos tenham ficado contentes. O Rui [Patrício] foi soberbo, e outros jogadores estiveram muito bem. Pessoalmente não consigo ficar assim tão feliz, mas dignificámos o clube. Os jogadores esforçaram-se, quiseram. Tenho de estar contente, mas feliz fico com outros resultados. O meu nível de exigência é grande», acrescentou.

A propósito da arbitragem do jogo com o Chelsea, Bruno de Carvalho lembrou que o Sporting apresentou várias propostas para melhorar o futebol. «Se quisermos estabelecer prioridades são duas: os fundos, e já houve uma resposta muito positiva da FIFA, e os meios tecnológicos. Seria importante o quarto árbitro ter um televisor para ajudar. O espetáculo iria melhorar e os resultados seriam mais justos. Mas isto não se aplicaria apenas a nível externo. Teria ajudado também os árbitros de alguns jogos dos nossos rivais», afirmou.

Bruno de Carvalho falou ainda de José Mourinho, que regressou a Alvalade como treinador do Chelsea. «Foram palavras de alguém que passou pelo clube, e que como ele disse passou aqui alguns anos felizes, e teve um episódio ao qual ele se referiu como não muito feliz, como ele próprio disse, mas quando há esse reconhecimento devemos perceber que os tempos mudam e as pessoas também mudam, Por vezes estamos de cabeça quente. Antes do jogo foram palavras de alguém que conhece o futebol português, que conhece o Sporting, e que está atento às alterações que o Sporting está a fazer, e que respeita e reconhece essas alterações, e que no final do jogo estava satisfeito com o resultado. Que no próximo jogo com o Chelsea tenhamos o mesmo ambiente, mas que no final seja eu a estar feliz.»