Acordar cedo pode ser um sinal de maturidade, e foi por aí que o Rio Ave começou a construir o triunfo no reduto do Belenenses.

A equipa de Carlos Carvalhal justificou, no Jamor, a ideia de que é uma altura muito mais consolidada do que o adversário. O que não é propriamente surpreendente, tendo em conta a recente troca de treinador no Belenenses.

Mas a verdade é que o duelo da sexta jornada confirmou também que o Rio Ave tem mais qualidade, tanto individual como coletivamente. Isso nem sempre fica provado em campo, mas neste caso não houve exceção a confirmar a regra.

O golo madrugador de Bruno Moreira, logo ao minuto 7, foi a muleta perfeita para que a equipa de Carlos Carvalhal mostrasse que é uma equipa mais consolidada.

O Belenenses mostrou vontade de dar seguimento ao triunfo na Madeira, o primeiro da época, mas faltaram depois muitas outras coisas.

A formação agora orientada por Pedro Ribeiro procurou explorar as costas da defesa vilacondense, sobretudo através de Licá, que logo ao minuto 11 serviu Benny à entrada da área, mas a resposta da equipa da casa à desvantagem saiu direta para as mãos de Kieszek.

Kikas também dispôs de uma bela ocasião, ao minuto 35, mas ficou bem mais distante do golo do que Nuno Santos, por exemplo, que ao minuto 23 tinha ficado a centímetros do golo com um remate cruzado.

O Rio Ave era mais perigoso, em suma, e no primeiro tempo ainda teve duas situações de relativo perigo protagonizadas por Carlos Mané (25 e 29m), e um remate enrolado de Bruno Moreira mesmo à beira do descanso, que podia ter sido bem mais prejudicial para o Belenenses (45m).

Só na segunda parte, mais concretamente ao minuto 54, é que a equipa da casa assustou verdadeiramente Kieszek. E de bola parada, com Nuno Coelho a desviar de cabeça um canto da esquerda.

Três minutos depois o Rio Ave mostrou que a maturidade também se faz de eficácia. Carlos Mané passou Gonçalo Silva a grande velocidade e serviu Diego Lopes para o segundo golo visitante.

O Belenenses acusou o golpe, embora tenha criado ainda algumas oportunidades. Ricardo «Robinho» Vieira ainda tentou agitar o jogo, mas à equipa de Pedro Ribeiro faltou competência na frente de ataque, com Licá a desperdiçar a última grande ocasião, já em período de descontos.

A realidade é que o terceiro golo do Rio Ave pareceu sempre mais iminente – ainda que talvez fosse excessivo – com destaque para Nuno Santos, que ficou a dever a si mesmo um golo, e que ao minuto 77 atirou uma «bomba» ao ferro, de livre direto.