Declarações do treinador do Sp. Braga, Carlos Carvalhal, na sala de imprensa do Estádio do Bessa, após a vitória por 4-1 ante o Boavista, em jogo da 11.ª jornada da I Liga:

«Satisfação grande, o mais importante foi termos ganho. Vou-me alongar um pouco para tentar explicar esta semana: foi difícil. Nós logo a seguir ao jogo [com o Rio Ave] - no dia seguinte ou dois dias depois - tivemos o primeiro caso de covid-19 e logo em catadupa mais situações: Castro, David Carmo, Tormena e Bruno Viana, mais o Francisco Miranda, fisioterapeuta.»

«Isto é terrível, este vírus desune, quebra os laços de afetividade. Hoje temos dificuldade em abraçar os nossos pais, avós, amigos, em função desta natureza do vírus, mas quando este vírus está instalado num grupo, é terrível. O que procura, é desunir as pessoas desse grupo, porque a isso obriga.»

«Rotinas completamente diferentes, já tínhamos cuidado e redobrámos. Máscaras, praticamente até ao começo do aquecimento, distâncias em vários balneários. Hoje, no estágio, os jogadores comeram em oito ou dez mesas, separados. O desafio para este jogo foi darmos uma resposta ao vírus. Como? O vírus quer desunir e tínhamos de mostrar que só uma equipa conseguiria vencer o Boavista.»

«Foi uma luta também contra o vírus e dedicar a vitória aos nossos jogadores que não puderam estar presentes. Vitória bem construída, justa, boa exibição da nossa parte. Tornámos o jogo fácil contra uma equipa difícil. O Boavista tem uma boa reação na segunda parte e soubemos reagir contra essa reação. E as dificuldades se calhar são expressas na forma como acabámos por compor o quarteto defensivo: Esgaio, o Rolando não tem jogado, o Bruno que é um jovem promissor da equipa B e o Zé Carlos, que é lateral-direito, a lateral-esquerdo. Foi assim que terminámos o jogo, mas todos os jogadores tiveram um comportamento brilhante.»