Jogava-se o minuto 14 do jogo, quando o futebol deixou de ser importante.

Na bancada, um adepto que assistia ao Casa Pia-Sporting junto da família, começou a sentir-se mal e teve de receber assistência, primeiro dos bombeiros presentes no Estádio de Rio Maior, e logo depois, das equipas médicas dos dois clubes.

Durante 11 penosos minutos, as atenções viraram-se para a bancada, onde um apaixonado por futebol era reanimado e lutava pela vida.

E uma sombra passou a pesar sobre a partida.

Antes disso, o adepto com cerca de 60/70 anos já festejara um golo do seu clube.

Paulinho, o homem do golo que valeu o título leonino em 2021 e que tantas vezes é «atacado» pelos adeptos, só precisou de três minutos para colocar o Sporting em vantagem no primeiro ataque da equipa.

«É deixar o Paulinho na sombra que vai correr bem», avisara Amorim na antevisão à partida, quando questionado sobre o papel «secundário» que o avançado português poderá passar a ter com a chegada de Gyokeres.

«É deixar o Paulinho na sombra que vai correr bem».

E correu.

Porque quando o leão voltou a tropeçar e Clayton fez o empate aos 58m, foi novamente o tal ator secundário a assumir o protagonismo.

No jogo 100 pelo Sporting, Paulinho leu o cruzamento de Nuno Santos de forma perfeita, deu um passo atrás e rematou para o fundo da baliza, apontando o 2-1 e dando luz a uma noite que podia ter ficado ensombrada.

Mas que, pelo menos no momento do apito final da partida, corria bem.

A informação sobre o estado do adepto revelava que este se encontrava estável a caminho do hospital.

Que corra bem, também no mais importante.