A FIGURA: Brahimi

Dois, três, quatro… Os marcadores diretos amontoavam-se. Sempre que a bola chegava aos pés do artista argelino havia uma parede à sua frente. Engenhoso como é, Brahimi lá foi encontrando brechas. Foi assim que aos 31’ abriu o livro com um passe notável a rasgar a defesa encarnada e a isolar Marega. Voltou a ser com um remate em arco aos 50’ para defesa de Varela.

Um drible, outro e mais um… Exagerou uma ou outra vez? Naturalmente. Não seria Brahimi se assim não fosse. Mas o toque de classe no ataque portista compensa qualquer finta a mais. Além disso, mostrou uma disponibilidade para defender que só adquiriu nos tempos mais recentes.

O MOMENTO: Minuto 86. Como se falha isso, Moussa?

Alex Telles cruza de frente e encontra Marega entre os defesas encarnados. Na cara de Varela o franco-maliano remata de forma atabalhoada. Bastava um toque certeiro e o golo que se gritou no Dragão seria mais do que falso alarme. Nos descontos, novo golo cantado, novo desperdício de Marega. Muita inabilidade na hora de definir. Noite infeliz.

Outros destaques:

Ricardo Pereira

Grande jogo do lateral portista: perfeito a recuperar, sempre muito veloz a fechar o seu flanco, tanto nas incursões de Cervi, primeiro, como de Zivkovic. Teve fôlego ainda para até ao minuto 90 aparecer lá na frente, uma e outra vez, sozinho a cruzar ou em combinações sobre a ala. Notável exibição.

Marega

Desde já, o melhor: foi uma locomotiva a carrilar sobre a direita. Sempre que os dragões precisavam de esticar o jogo e apanhar o Benfica em contrapé o franco-maliano era solicitado em velocidade. Apareceu bem a ganhar os duelos na rapidez ou no físico, faltou-lhe, no entanto, o resto: classe a definir. E aqui entra o pior: vários golos falhados, os mais clamorosos aos 86’, com um desvio atabalhoado, e aos 90’+3, de cabeça, ambos na cara de Varela.

Felipe e Marcano

Ao contrário de Marcano, bem mais fiável e definitivamente patrão da defesa, Felipe oscilou. O brasileiro esteve perto do golo, tanto aos 38’, ao dominar na área e rematar com perigo, e aos 67’, de novo a aparecer bem na área para atirar ao lado. Por outro lado, Felipe também errou: duas desconcentrações deixaram a bola à mercê do ataque encarnado em zona proibida e quase entregaram o ouro ao bandido.