O Tribunal da Feira condenou esta sexta-feira o Moreirense à suspensão de participação em competição desportiva por um ano, num processo de corrupção desportiva em que foram condenados outros cinco arguidos, noticiou o Jornal de Notícias e confirmou também a Agência Lusa.

O Moreirense foi condenado também na pena única de 450 dias de multa à taxa diária de 250 euros, perfazendo o montante global de 112.500 euros, por quatro crimes de corrupção.

Refira-se que, para além do Moreirense clube, são também arguidos Pedro Magalhães, filho do presidente Vítor Magalhães e um antigo vice-presidente Manuel Orlando «Alhinho», os quais foram condenados a três anos de prisão, com pensa suspensa.

De resto, também são arguidos os antigos futebolistas Nuno Mendes (condenado a três anos e meio de prisão, com ppena suspensa mediante a condição de entregar 1500 euros a instituições de solidariedade) e Sérgio Grilo (condenado a um ano e três meses com pena suspensa mediante a entrega de mil euros a instituições de solidariedade) e o ainda futebolista Williams, que joga atualmente no Ponte da Barca ((condenado a dois anos com pena suspensa mediante a entrega de dois mil euros a instituições de solidariedade).

Em causa está a compra de jogadores da Naval 1º de Maio e do Santa Clara, no campeonato da II Liga da temporada 2011/12, numa época em que o clube de Moreira de Cónegos acabou por subir à Liga.

Refira-se, de resto, que este caso começou com uma denúncia de Aprígio Santos, antigo presidente da Naval, que ao Maisfutebol disse não ter conhecimento ainda da decisão do tribunal, acrescentando porém «já era tempo de se fazer alguma coisa».

Vale no entanto a pena lembrar que na altura dos factos era o clube Moreirense que competia na II Liga, tendo sido entretanto criada a SAD do Moreirense, que tomou o lugar do clube nas competições desportivas: e é o clube que é arguido. Ora esse facto está a ser utilizado pela direção do Moreirense para garantir que a equipa não pode ser proibida de competir, porque a equipa atualmente pertence à SAD, e não ao clube. De qualquer das formas, o Moreirense vai também recorrer da pena.

Segundo a acusação do Ministério Público, o Moreirense tentou subornar seis jogadores de equipas adversárias para subir de divisão, na época 2011-2012, quando o clube se encontrava na II Liga.

A investigação apurou que o filho de Vítor Magalhães e Orlando “Alhinho” pediram a dois ex-jogadores do Moreirense para abordarem jogadores da Naval e do Santa Clara, prometendo-lhes «avultadas quantias em dinheiro», para terem um «mau desempenho desportivo», nos jogos de futebol que aquelas equipas iriam disputar com o clube nortenho.

Dos futebolistas contactados apenas um jogador da Naval terá aceitado a proposta, acabando por receber cinco mil euros, por ter sido expulso no jogo que a sua equipa disputou com o Moreirense e que terminou com a vitória dos visitantes por 1-2.