A sexta melhor defesa da Liga treina e joga em Moreira de Cónegos. 18 golos sofridos em 18 jogos realizados, uma média fácil de aferir e digna de um olhar atento.

Na defesa do Moreirense estão, de resto, três dos dez atletas totalistas do campeonato. O guarda-redes Marafona, o lateral Paulinho e o central Danielson não falharam nenhum dos 1620 minutos já realizados.

O Maisfutebol quis saber se o primeiro dado está ligado ao segundo. Com intimidade.

Não mexer em três dos cinco atletas do setor defensivo só pode ajudar, ou não é assim Danielson?

«Há mais pessoas no meu condomínio de São Paulo do que em Moreira Cónegos»

«Haver uma sequência lógica nas escolhas do treinador ajuda sempre. Estamos sólidos, defendemos bem, mas isso só é possível devido ao comportamento de toda a equipa nesse processo», diz o experiente defesa de 34, em conversa com o nosso jornal.

Danielson foge do lugar comum e concretiza a explicação dada. «Os primeiros treinos da semana servem para treinar todas as questões defensivas: colocação, organização, concentração. E nesses ensaios, o técnico não preocupa-se muito com a reação do ponta-de-lança e dos extremos à perda da bola».
 

Danielson em perseguição a Jonas

Nos dois lugares mais mudados – lateral esquerdo e o segundo central – as oscilações são praticamente invisíveis. Danielson aplaude a qualidade geral das opções ao dispor de Miguel Leal. «Somos poucos, mas bons».

Na relação meios/desempenho, o Moreirense está no topo da Liga. Danielson acrescenta mais uma explicação curiosa para a temporada sossegada dos minhotos no campeonato.

«Somos uma equipa equilibrada, acima de tudo», refere. «Não corremos a mais, não corremos à sorte e isso faz com que não nos desequilibremos facilmente».

A estatística, esse argumento irrefutável, socorre a afirmação de Danielson: em oito das 18 jornadas da Liga, o conjunto de Miguel Leal não sofreu golos. Um dado fortíssimo, idêntico ao apresentado pelo Sporting [Benfica não sofreu em 11 e o FC Porto em dez].

Para a conversa, importa trazer também os dados disciplinares. Danielson, por exemplo, viu sempre o cartão amarelo nas três primeiras jornadas e depois só voltou a ser admoestado na 11ª.

«Temos conseguido não fazer faltas desnecessárias, não somos precipitados», explica o atleta natural de São Paulo.

Marcar golos a esta equipa não é nada fácil.