Água mole em pedra dura tanto bate… que não fura. O Gil Vicente bem tentou, mas não conseguiu descobrir as chaves que abriam a porta do golo. Numa partida de sentido único, o Desportivo de Chaves apareceu em Barcelos com a lição bem estudada e com o intuito de conquistar um ponto: conseguiu fazê-lo num dos piores espetáculos da I Liga.

A equipa de Moreno, ao longo dos 90 minutos, não fez um único remate com a direção da baliza. Nem nos seis minutos de compensação, em que os flavienses jogaram em superioridade numérica por expulsão de Depú, conseguiram obrigar Andrew a fazer uma defesa. Já os galos foram castigados pela forma como deixaram correr a segunda metade sem acelerar o jogo.

Jogo de sentido único

Vítor Campelos fez duas alterações em relação à equipa que empatou no reduto do Casa Pia. Saíram Pedro Tiba e Murilo para dar lugar a Dominguez e Alipour. Já Moreno protagonizou quatro mudanças no onze depois da goleada caseira sofrida com o Arouca. Bruno Rodrigues, Sanca e Jô Batista saltam para o banco de suplentes e deram lugar a Ygor Nogueira, Carraça, ambos jogaram de galo ao peito, e Hector Hernández, que na primeira volta apontou um hat-trik aos gilistas.

Cedo se percebeu a intenção das duas equipas. Os galos a assumir o jogo, com vontade de marcar e ganhar e, do outro lado, os flavienses muito fechados, sem arriscar um passe, sem pressa para jogar, só à espera do erro adversário para sair em contra-ataque. Isso tornou os primeiros 45 minutos aborrecidos e de sentido único.

Os gilistas sentiam muitas dificuldades em furar as linhas compactas do Chaves e também não conseguia explorar os corredores. A espaços, o Gil Vicente conseguiu libertar as amarras e ficar perto do golo. Dominguez teve duas flagrantes oportunidades: na primeira, a passe de Toure, rematou à entrada da área ao poste; na segunda, após jogada de Félix Correia, atirou para defesa por instinto de Hugo.

Quando não dava de bola corrida, os de Barcelos tentavam de bola parada e Mory Gbane ficou perto de marcar. Foi ao 3.º piso cabecear à figura do guardião brasileiro. O Chaves não fez um único remate enquadrado com a baliza de Andrew, que foi um mero espetador no primeiro tempo. O descanso chegou logo depois sem que o marcador tivesse mexido.

Longo bocejo

A vontade de bocejar prolongou-se para o segundo tempo. Os gilistas continuaram a mandar na partida, mas a circulação de bola era lenta e, por isso, sem conseguir provocar brechas na defensiva flaviense. O Chaves encolheu-se ainda mais e deixou de conseguir chegar à área barcelense.

Os treinadores começaram a refrescar as equipas. Campelos tentou dar maior acutilância ao ataque, assim como Moreno mexia nas peças da frente, mas o comportamento da equipa era o mesmo. Porém, a toada do jogo manteve-se e os motivos de interesse, esses, ficaram no balneário. Oportunidades claras de golo, nem vê-las.

Até ao final, destaque apenas para Depú que, em cinco minutos, levou dois cartões amarelos e foi expulso. Foi tudo numa má propaganda ao futebol português.