Quinta vitória em seis jogos e 15 pontos. O Marítimo só sabe vencer em casa mas neste sábado triunfou com mais sofrimento do que o habitual frente a um Desportivo das Aves que nunca baixou os braços na procura de um bom resultado num estádio onde a equipa da casa não perde há mais de um ano.

O habitual pragmatismo da equipa de Daniel Ramos voltou a prevalecer, hoje por 2-1, embora os madeirenses tenham sido obrigados a ‘puxar dos galões’ para levar a melhor sobre o aguerrido conjunto de Ricardo Soares, que deixou no ‘Caldeirão’ uma imagem que não traduz a posição que ocupa na tabela.

FILME E FICHA DE JOGO

O avançado brasileiro Rodrigo Pinho ficou para a história como o homem do jogo, pelos dois golos que marcou no primeiro tempo e que deram mais uma vitória que catapultou o Marítimo para o terceiro lugar, embora provisório, da Liga.

Em relação à última jornada, ambas as equipas apresentaram poucas alterações nos seus onzes iniciais. Pelo Marítimo, Gamboa entrou para o lugar do lesionado Erdem Sen, enquanto que Rodrigo Pinho foi chamado a fazer o mesmo por Everton. Quanto ao Aves, Gonçalo Santos, com gripe, cedeu o lugar a Amilton.

A partida começou a ser disputada numa toada algo morna, com ambas as equipas a procurarem assentar o seu jogo sem grandes preocupações ofensivas, mas com uma grande contrariedade para o Aves. Logo aos quatro minutos, o técnico Ricardo Soares foi obrigado a mexer no seu onze, em consequência da lesão de Ryan Gauld, que cedeu o lugar a Machado.

A toada morna que marcava o jogo foi abruptamente quebrada aos 15 minutos, quando um cruzamento teleguiado de Edgar Costa, a partir da direita, encontrou uma cabeçada certeira de Rodrigo Pinho, que fugiu a Ponck com eficácia pelo corredor central.

O golo inaugural surgiu quase do nada, pois tanto o Marítimo como o Aves ainda construído o suficiente para alvejar às balizas contrárias. Mas logo de seguida surgiu o segundo remate do jogo e também enquadrado com a baliza. A reação do Aves, por intermédio de Arango, que também se escapou com eficácia ao central que o marcava, desta feita Pablo, obrigou o guardião Charles a uma grande intervenção para segurar a vantagem dos madeirenses.

O Desportivo das Aves continuou a pressionar nos minutos seguintes, chegando com mais perigo ao último reduto do Marítimo, mas tanto Amilton como Ponck não conseguiram melhor cabecear ao lado ou à figura de Charles.

Os avences reagiam com muita vontade à desvantagem, mas com a subida das suas linhas começaram a deixar espaços para o contragolpe do Marítimo, que acabou por dilatar a vantagem no segundo remate à baliza do veterano Quim.

Aos 38’, uma bola perdida em frente à área madeirense foi superiormente aproveitada por Jean Cléber para lançar o compatriota Rodrigo Pinho, que veio a finalizar no frente a frente com Quim após uma corrida iniciada ainda nas imediações da linha de meio campo.

Com o intervalo à porta e a perder por 2-0, o Aves deixou de arriscar tanto perante uma equipa bem organizada defensivamente e já com provas dadas de que não se lhe podia dar muito espaço para transições rápidas ou contra-ataques.

O regresso dos balneários não trouxe alterações nos onzes que foram descansar após os primeiro 45 minutos. O Aves reentrou decidido a reduzir a desvantagem logo nos minutos iniciais, mas a intenção dos visitantes voltou a revelar-se inconsequente ante uma equipa que tem na solidez defensiva uma das suas melhores armas. A outra arma é o contra-ataque. Aos 60', Ricardo Valente, desperdiçou o terceiro, após ser servido por Jean Cléber.

Ricardo Soares apreciava o esforço da sua equipa mas queria mais. E era preciso refrescar a equipa, algo desgastada também por culpa do estado do relvado. Alexandre Guedes e Falcão foram lançados a jogo, e as suas entradas, repercutiram-se no jogo do Aves, que começou a chegar com mais perigo junto da baliza de Charles.

O habitual recuo tático do Marítimo para espreitar o contragolpe começou a ser melhor controlado pelo Aves. Na melhor fase do jogo para os avenses, destacou-se Machado, em lances de bola parada que só não deram em golo porque Charles estava atento e também Edgar Costa, que adiou o primeiro dos visitantes em cima da linha falta.

A persistência do Aves acabou por dar frutos aos 81'. Arango trabalhou bem o esférico e serviu Alexandre Guedes, que reduziu com um cabeceamento sem hipóteses para Charles.

A diferença mínima no resultado relançou o jogo, partindo-o, mas os lances de maior perigo que surgiram até ao apito final pertenceram ao Marítimo.

Vitória algo sofrida dos madeirenses, mas que se aceita pela maior eficácia que revelou em vários capítulos do jogo quando comparada com a produção do adversário.