*Por Raul Caires

A FIGURA: Diogo Jota

Rápido, inteligente, tecnicista, jogador de equipa... Três golos. Diogo Jota foi um autêntico quebra-cabeças para a defesa do Nacional, que quando não o parou recorrendo a faltas, ficou a vê-lo jogar. O FC Porto tem mantido uma pedra preciosa no banco, mas agora será difícil justificar que não venha a ser opção para o onze. O jovem jogador emprestado pelo Atlético de Madrid rematou por quatro vezes e marcou os três golos em 45 minutos iniciais (um deles de cabeça). Mas que exibição!

--

O MOMENTO: sentença ao minuto 44

O terceiro golo de Diogo Jota, mesmo em cima do intervalo, abriu uma brecha incontornável entre as duas equipas. Ainda faltavam 45 minutos, mas o ânimo nacionalista ficou ferido de morte, como vieram a confirmar as alterações que Manuel Machado operou no reatamento.  

--

Outros destaques:

Layún

O lateral do FC Porto não sabe jogar mal, sobretudo quando toca a assistir. E, obviamente, a defender. Neste jogo, assinou novamente assistências milimétricas e muitos toques de pura classe. O melhor de todos foi para o terceiro de Diogo Jota, que só teve de aparecer e marcar, de cabeça. Mais uma brilhante exibição do mexicano, quando ainda teve tempo para tentar um chapéu a Rui Silva, numa altura em que atuava como extremo direito, depois da entrada de Maxi Pereira para a sua posição.

André Silva

Foi um ponta de lança de apoio, primeiro, e de finalização, depois. Marcou o quarto, após uma grande jogada desenhada entre ele próprio, Óliver e Otávio. Apareceu na cara de Rui Silva só a empurrar, mas com muita classe. Assistiu Diogo Jota para o segundo do FC porto, também com um passe milimétrico. Está feito um grande jogador, mas neste jogo denotou alguma ansiedade, bem visível nos golos feitos que falhou.

Óliver

Foi notório o entrosamento com Ótavio e Danilo e também foi evidente que procurou mais espaços ofensivos, tentando tabelas investidas pelos flancos. Foi dele a assistência para o golo de André Silva. Mas quando foi preciso recuperar bolas, também o fez, mas não tantas vezes como habitualmente, pois Danilo esteve quase sempre bem posicionado. Nota-se que está a evoluir de jogo para jogo.

Rui Silva

Sofrer quatro golos e ser destaque não é para todos. Mas a honra tem de ser atribuída porque evitou que a hecatombe fosse muito maior. Remediou o desacerto de Rui Correia e Tobias Figueiredo. Foi um quase sempre só entre os três postes, mas parou dois remates de Diogo Jota e um de André Silva, que podiam dar em golo..

César

O brasileiro não tem culpa, mas coube-lhe tapar os caminhos de Diogo Jota e André Silva. E quando não eram estes, apareciam-lhe pela frente Telles e Óliver. Para quem nunca actuou como lateral, pelo menos no Nacional, viveu um calvário até chegar aos 90 minutos. Não tem características nem capacidade física - velocidade e reacção para jogar nesta posição. E neste particular, o Nacional ficou a perder.