O FC Porto terminou a primeira fase da pré-temporada com nova vitória, desta vez frente ao Duisburgo, graças a golos de Yacine Brahimi e Hernâni na etapa complementar (0-2). Segue-se o regresso a Portugal antes de novo estágio fora de portas, desta vez em Marienfeld, na Alemanha.
 
Após o confortável triunfo frente ao Fortuna Sittard da Holanda (1-5), o FC Porto sentiu dificuldades iniciais no reduto de um Duisburgo que subiu este ano ao segundo escalão do futebol da Alemanha.
 
Para além da carga física, a equipa nem sempre encaixou no projeto que Lopetegui prepara para a época 2015/16. Tal como havia sucedido no primeiro encontro, na etapa complementar, o treinador colocou os dragões a jogar em 4x2x3x1, com Alberto Bueno nas costas do ponta-de-lança.
 
A ideia está lá e faz sentido, face à presença de elementos como Bueno ou Adrián López (Brahimi também foi testado nessa posição durante a época passada, de forma pontual), mas o FC Porto precisa de tempo para se habituar a um conceito que retira criatividade à zona central, embora aumente a capacidade de finalização, e aumenta a dependência dos corredores laterais.
 
Para além disso, a equipa inicial tinha apenas quatro jogadores do plantel 2014/15. Duas das novidades foram Iker Casillas e Maxi Pereira. O guarda-redes viu o adversário ensaiar alguns remates perigosos e saiu bem da baliza para fechar o espaço a um avançado contrário. Saiu ao intervalo, tal como Maxi, que fez uma primeira parte à sua imagem.
 
Danilo Pereira foi o mais esclarecido na primeira parte e Sérgio Oliveira saiu do banco – entrou para o lugar de Imbula com meia-hora de jogo – para agitar as hostes. Passe fantástico para Alberto Bueno (esforçado e com boas ideias), remate de primeira do espanhol e grande defesa de Michael Ratajczak.
 
No reatamento, Lopetegui apresentou um onze novo e teve sucesso à moda antiga, já que os jogadores pareceram mais confortáveis no tradicional 4x3x3. Ainda assim, tiveram de lidar com a inspiração do guarda-redes alemão, de 33 anos.

Aboubakar, que substituíra André Silva (o português foi novamente titular mas não se conseguiu destacar) ao minuto 39, surgiu no corredor central para servir Yacine Brahimi. À hora de jogo, o argelino inaugurou a contagem.
 
Brahimi seria a principal figura da etapa complementar, ensaiando vários lances de grande qualidade técnica. Logo após o 0-1, arrancou um passe soberbo para Hernâni e o extremo, com o pé direito, conseguiu fazer o segundo.

Hernâni marcou e saiu, por troca com Adrián López, o último jogador a entrar. Mais uma vez, o espanhol não demonstrou grande capacidade para jogar no flanco ofensivo.

Destaque ainda para a boa segunda parte de André André (muita qualidade portista a meio-campo), o brilho de Hernâni em pouco tempo de jogo e para um erro de Martins Indi que lhe valeu um cartão amarelo e um livre perigosíssimo.
 
Triunfo justo do FC Porto, perante um adversário sem argumentos na segunda metade, e indicações claras de um projeto à vista no novo Dragão. Ainda precisa de muito trabalho.

O FC Porto jogou com: Iker Casillas (Helton, 46m); Maxi Pereira (Ricardo Pereira, 46m), Maicon (Lichnovsky, 46m), Marcano (Indi, 46m), José Ángel (Alex Sandro, 46m); Danilo Pereira (André André, 46m), Imbula (Sérgio Oliveira, 31m; depois Rúben Neves, 61m), Alberto Bueno (Evandro, 46m); Varela (Hernâni, 46m; depois Adrián López, 65m), André Silva (Aboubakar, 39m), Cristian Tello (Brahimi, 46m).