O Estoril bateu o Rio ave por 2-0 e somou os primeiros três pontos na Liga num jogo em que Álvaro Pacheco teve de emendar a mão com duas alterações antes do intervalo. A equipa de Vila do Conde foi bem melhor na primeira parte, mas o treinador dos canarinhos foi a tempo de corrigir o guião e a equipa da casa acabou por reclamar a vitória com toda a autoridade.

Confira a FICHA DO JOGO

Um embate entre duas equipas que já tinham deixado sinais bem positivos na ronda inaugural, apesar dos resultados distintos. O Estoril perdeu em Arouca (3-4), mas esteve por três vezes em vantagem, enquanto o Rio Ave bateu o Desp. Chaves (2-0), entrando na Liga com o pé direito, o que já não acontecia desde 2017/18. Duas equipas com um futebol positivo, que abordam o jogo de forma descomplexada, na procura do golo.

O jogo começou com uma forte intensidade, com a equipa de Vila do Conde a impor o ritmo e o Estoril a tentar acompanhar, mas sem a mesma eficácia que os visitantes. A equipa de Luís Freire entrou com tudo no jogo, com mais bola e conseguindo facilmente profundidade pelas alas, ora com Costinha, sobre a direita, ora sobre a esquerda, por Hernâni, prendendo os dois laterais canarinhos que sentiram tremendas dificuldades para acompanhar os dois arietes de Vila do Conde.

O primeiro sinal foi dado por Costinha que desceu pelo corredor, deixou Tiago Araújo fora do lance e cruzou para o segundo poste onde surgiu Fábio Ronaldo, em velocidade, a cabecear ao lado. Estava dado o mote. O Estoril procurava responder na mesma moeda, mas, com um ritmo bem mais baixo, acaba acabava atropelado pelos vilacondenses que iniciavam nova vaga de ataque para desespero de Álvaro Pacheco. A intensidade do Rio Ave ficou bem patente num lance disputado por Hernâni sobre a esquerda, com o avançado a acelerar para ultrapassar Volnei e acabar por chocar, de forma aparatosa, com os painéis publicitários.

O Estoril sufocava e, na primeira parte, só conseguiu desenhar um lance de perigo, com Holsgrove, com um grande passe, a destacar Heriberto na área e o avançado, perante a saída de Magrão, tentou um chapéu, mas a bola passou caprichosamente ao lado. Nesta altura, Álvaro Pacheco já devia estar sem voz, por tanto gritar, a tentar corrigir as posições dos seus jogadores. A verdade é que o treinador acabou por perder a paciência e, a cinco minutos do intervalo, fez duas alterações, abdicando de Heriberto e Pavlic, para recompor a sua equipa com Alex Soares e Rodrigo Gomes. O Estoril equilibrou momentaneamente o jogo, mas a última oportunidade foi mesmo do Rio Ave, com Hernâni, na marcação de um livre, a cruzar para a cabeça de Leonardo Ruiz que rematou para defesa de Dani Figueira.

Inversão de papéis na segunda parte

Álvaro Pacheco fez mais uma alteração ao intervalo e o Estoril regressou de cara lavada, fixando, desde logo, o jogo no meio-campo do Rio Ave que, por sua vez, regressou bem mais apático. Uma total inversão de papéis, com os canarinhos a carregarem agora por todos os lados e os vilacondenses sem conseguirem passar a linha do meio-campo. Neste vendaval, o Estoril acabou por desbloquear o marcador, na sequência de um pontapé de canto de Volnei da direita, para Mangala elevar-se bem junto ao segundo poste e marcar pela primeira vez desde que regressou a Portugal.

Um golo muito festejado pelos adeptos, enquanto Luís Freire preparava três alterações de uma assentada, em busca do prejuízo. Mas, agora, o Estoril estava nas suas sete quintas, na defesa do resultado e a procurar explorar as transições rápidas. O jogo voltou a ganhar intensidade e Boateng, mal entrou, teve uma oportunidade soberana para marcar. A estratégias agora eram ditadas pelas alterações promovidas pelos treinadores, com o Álvaro Pacheco a procurar dar mais consistência à sua equipa e Luís Freire a refrescar o ataque.

O Rio Ave tentou chegar ao empate de todas as formas, Fábio Ronaldo esteve muito perto de o conseguir, mas a última palavra foi mesmo do Estoril, como se esperava, em contra-ataque, já em tempo de compensação, com João Marques a descer pela direita a cruzar para a finalização de Alejandro Marqués. Estava feito.