Ivo Vieira, treinador do Estoril, em declarações após o empate frente ao Marítimo (1-1), na sala de conferências do Estádio António Coimbra da Mota.

«Está difícil, os resultados falam por si, contudo este era um resultado que procurávamos acrescentar mais do que foi feito. Entrámos bem, era fundamental entrar com tranquilidade e liberdade mental, uma vez que estamos numa situação desconfortável. A equipa teve critério a chegar à frente, mas faltou-nos o último passe e a finalização nalguns jogos. Entrámos um pouco aquém do que era necessário e sofremos um golo de bola parada, com mérito do adversário. Os momentos das equipas são distintos, a equipa atravessa uma fase boa, disputa um lugar europeu e sabíamos que ia ser uma tarefa difícil. Pensávamos que seriamos capazes de contrariar esta força. Ficou a igualdade, mas os jogadores lutaram, fizeram tudo»

[como é trabalhar sob o peso do último lugar?]

«Não é fácil trabalhar assim, não vou estar a enganar ninguém. O estado de espírito é melhor noutras circunstâncias, mas é um crescimento para o treinador e para os jogadores, tem de ser uma luta. Desistir seria mais fácil, não vamos desistir, a equipa trabalhou para ter um resultado positivo. Temos de acreditar que é possível. Tal como no atletismo ou na Fórmula 1, estar em último nunca é satisfatório, e há sempre alguma frustração, mas é uma questão de trabalhar e de ter motivação, acreditar que o objetivo é possível. Mas obviamente que não é fácil»

[o que têm de fazer para fugir do último lugar?]

«Temos de fazer mais golos, sofrer menos, trabalhar durante a semana para inverter este ciclo de resultados. Temos pessoas que são um exemplo do que deve ser o nosso futebol, no apoio à equipa, sempre a alavancar a equipa. Isto é de louvar. Não queríamos o prémio dos melhores adeptos, mas sim da melhor classificação. É frustrante para mim não lhes dar mais do que estamos a dar, porque estamos todos a lutar para inverter a situação. Eles estão sempre connosco e já tive aqui situações no passado de resultados menos positivos e tivemos sempre o apoio dos adeptos, por isso deixo-lhes uma palavra de apreço. Há uma tristeza grande do nosso lado em não lhes poder dar as vitórias»

[como viu o último lance que teve decisão do VAR?]

«O futebol português precisa de saúde, nem é só de paz só, mas precisa de saúde, acho que devemos procurar isso. Para nos é mais difícil, porque temos um objetivo para conseguir. Depois conseguir ainda ter a capacidade de pensar no futebol para o bem do mesmo, acho que é uma mensagem bem evidente do que são estas pessoas e o que é esta instituição»