Pedro Emanuel, na sala de imprensa do Estádio António Coimbra da Mota, após a derrota do Estoril por 2-0 com o Desp. Chaves.

«Duas partes completamente distintas, sabíamos que o Chaves era organizado, com ideias de jogo bem definido, bons jogadores, sabíamos isso. O momento que a equipa está a atravessar revela isso na primeira parte, temos ascendente, temos três quatro situações, o Chaves tem uma, parece-me que em posição irregular, mas para isso existiria o VAR. Mas não é flagrante. Depois há o momento em que as equipas que não estão tão confiantes em termos de resultado acontece. Controlamos defensivamente, estamos a tentar tirar, ela ressalta e vai para o jogador do Chaves que faz o 1-0, num momento difícil para qualquer equipa. Perto do final da primeira parte, retira serenidade que estávamos a ter. Na segunda parte tentamos forçar, mas até entramos bem, mas sofremos um segundo golo que nos obrigou a entrar num registo diferente [mais direto] frente a uma equipa de qualidade, mais madura, mais experiente, a controlar o jogo com bola, com jogadores a ter capacidade para ter bola. Retirou o ímpeto e acabamos mais uma vez com muita gente na frente e que isso não é sinonimo de oportunidades. Não tivemos essa capacidade fruto do que é a questão mental que acaba por condicionar, mas no cômputo geral os jogadores demonstraram grande capacidade, faltou clarividência, fruto do momento e da maturidade.»

«Não nos podemos esquecer que temos uma equipa jovem, se virmos o onze inicial temos sete ou oito abaixo dos 23 anos, é a realidade, custa, ninguém quer estar nesta situação, muito menos quem a está a viver. Mas isto é um processo. São quatro derrotas, nós assumimos, temos um processo bem definido, temos uma forma de jogar que acreditamos que vai dar resultado e provavelmente no próximo jogo o que ansiamos e procuramos com grande determinação que é marcar primeiro, não tenha acontecido, pode acontecer. É dentro disto, não vale a pena dar voltas.»

«Deixar uma ressalva de significado tremendo, temos os nossos adeptos, que estão connosco até final, mesmo em momento difícil que não deixam de nos apoiar, ficam tristes como nós e desalentados, mas só juntos e desta forma é que vamos lá e por isso o meu orgulho. Independentemente de momentos bons e menos bons que passamos, com este apoio vamos lá. Palavra de apreço para eles e para a administração que tem sido inexcedível.»

«[falta de Allano?] Profundidade tivemos em muitos momentos, o Aguilar teve-a. O Allano até é um jogador muito de interior, ataca a profundidade em momentos exatos, mas o Matheus Índio tem trabalhado bem e deu durante a primeira parte uma resposta boa, mas o jogo não se proporcionou para os alas serem evidentes. O Chaves marcou e baixou bloco, tira espaço para a profundidade, não tivemos a clarividência quando conseguimos criar espaços entre linhas para atacar a profundidade, conseguimos só duas ou três vezes e conseguimos perigo, houve também mérito do Chaves. Não vou questionar a vitória porque ganha quem faz golos. Temos de acreditar no nosso trabalho.»

«O nosso fecho de mercado foi nesse intuito, sabíamos que íamos receber jogadores que ainda não estão em condições. Um deles é o Victor Andrade, que pode acrescentar isso, vem de paragem prolongada. Hoje jogou o Índio, temos o Aylton, regressa o Allano, hoje o Bruno entra bem, mas tem a infelicidade da equipa o deixar de ajudar. Temos de viver com o momento, temos de três quatro oportunidades e num momento de ressalto esta vai para o nosso adversário que com qualidade faz o golo. Criou ascendente moral ao Chaves e retirou-nos a confiança. Temos de lutar para sermos nós a equipa que tem a sorte, não gosto de chamar isso porque dá trabalho e é luta permanente. Temos de corrigir estes pormenores, numa equipa jovem que venha a ter a produtividade que pretendemos.»