Pedro Emanuel, treinador do Estoril, depois da eliminação na Taça de Portugal no terreno do Farense (1-0), a sétima derrota seguida da equipa da Liga:

Sente que tem o lugar em perigo? «Mau era se não sentisse. O futebol vive muito de resultados e se fosse para responder a essa pergunta tínhamos muito para falar….»

Sobre o jogo... «É uma prova distinta, em que queríamos mostrar capacidade para discutir o resultado, o jogo e a eliminatória. Sabíamos que íamos encontrar um adversário com qualidade. Aceito a interpretação do árbitro naquele lance como jogo perigoso, mas se vai com o amarelo na mão e muda para vermelho porque viu um pouco de sangue na cara do jogador… Este critério condicionou aquilo que é a festa do futebol, estarmos muito tempo com menos um, mesmo contra uma equipa de escalão inferior. Fomos criando algum ‘frisson’, o Farense gosta de criar perigo nas bolas paradas, mas fomos controlando e gerindo e depois temos um penálti. São duas situações em que o árbitro, bem ou mal - na minha opinião, erradamente –, nos condicionou. Mas isso não retira mérito ao Farense, que marcou e passa justamente.»

«É um momento difícil, muito difícil. Sempre dei a cara e vou continuar a fazê-lo, porque gosto muito daquilo que faço e gosto de estar onde estou. Se as pessoas sentirem que sou a pessoa indicada para continuar, continuarei de bom grado. Sinto que os jogadores trabalham bem diariamente e que respondem ao que propomos, mas temos tido incapacidade para ganhar. Fui falar com os adeptos, partilhar com eles algumas opiniões. Se quiserem, estamos juntos, amanhã é outro dia e sexta-feira há jogo importante com o Boavista. Triste, desiludido, claro que sim, mas desistir não faz parte do meu vocabulário. Queremos dar a volta à situação já a partir de sexta-feira.»

«A desilusão dos adeptos é natural. E tem de ser evidente. É a essência do futebol, a relação entre adeptos, jogadores e equipa. Tenho de dar cara e falei com eles. Estão amargurados, acham que temos capacidade para fazer mais e nós também o achamos.»