Primeiro, um suspiro: que jogo! A invencibilidade do FC Porto esteve por um fio na Amoreira, perante um Estoril rápido na frente, muito seguro atrás e com uma estratégia clara para o jogo. Lopetegui colocou variações táticas em experimentação, mas foi o coração portista a bater nas botas de Oliver que impediu a primeira derrota dos dragões na Liga.
 
Certo, ainda não foi nesta, mas ninguém na comitiva portista vai satisfeita para casa. Pelo resultado, pelo jogo, por Adrián…e por Tozé, um nome incontornável na partida. Como o de Kuca, aliás. O empate não agrada a ninguém, certamente: ao Estoril porque esteve pertíssimo de vencer, ao FC Porto porque viu o Benfica fugir na frente.
 
A primeira nota vai para a entrada de Adrián no onze. O FC Porto mudou de figurino, com o espanhol ao lado de Jackson Martínez, mas por vezes a aparecer em espaços entre linhas. Ou seja, os dragões tinham variações para um 4x2x3x1, dependendo do posicionamento de Adrián. Jackson também não é de ficar parado e, por isso, muitas vezes a equipa azul e branca aparecia só com um na frente.
 
A segunda nota para o Estoril. Couceiro apostou num ataque móvel, rápido, com Tozé como homem mais avançado. Kuca e Sebá ocuparam as alas. Posto isto, entrou melhor o FC Porto. Por alguns minutos, a estratégia de Lopetegui sobrepôs-se e, assim, foi mesmo Adrián a aparecer na cara do golo: cabeceou ao lado. Como ao lado do jogo ficou depois. A inoperância do espanhol sentiu-se em demasiado no jogo portista que, mesmo assim, chegaria à vantagem.
 
Brahimi é daqueles que pode estar um jogo inteiro sem fazer grande coisa que, a qualquer momento, brinda o público com uma jogada de golo. Desta vez, funcionou um pouco ao contrário. O argelino fez magia primeiro, depois foi-se apagando na partida.
 
O 1-0 durou pouco porque o Estoril foi uma equipa que não desistiu e insistiu na rapidez do ataque: Kuca falhou uma primeira ocasião, não desperdiçou na seguinte. Sete minutos depois, o jogo estava bom e empatado, a provar que quando o FC Porto vem à Amoreira não há favoritos (10 vitórias para cada lado), apenas estatutos. Dois remates a mais para o FC Porto no final da primeira parte confirmavam isso mesmo.
 
A segunda parte ia ser muito boa. Por todas as incidências. O FC Porto dominou território, dominou a bola, mas nunca dominou claramente o adversário. O Estoril sempre que podia espreitava, ainda que Quaresma obrigasse Kieszek a grande defesa.
 
Ora, quando as substituições chegaram,, Lopetegui quis melhor presença à frente, mas, lá está, Couceiro percebeu também que com melhor passe vertical o Estoril podia virar o marcador. Filipe Gonçalves ameaçou, Aboubakar respondeu, e o Estoril marcou.
 
A jogada é rápida e Fabiano defende de forma fantástica, para depois derrubar Tozé na área. Penálti e o médio que nesta noite virou avançado foi para a marca de grande penalidade bater o guarda-redes portista perante uma plateia toda ela azul e branca.
 
Tozé não festejou e a invencibilidade dos dragões ficou no limite. O perdão chegou apenas num dos últimos suspiros, com Oliver a bater Kieszek e a resgatar pontos para os dragões, que, mais uma vez, saem da Amoreira com um 2-2, um resultado fantasma para o FC Porto.
 
A liderança ficou mais longe e esse é o dado mais relevante da noite, num fim de semana que o Benfica sorriu primeiro e, com o empate do dragão, sorriu por último na jornada graças ao resultado de Alvalade também.