O FC Porto anunciou que cumpre os requisitos do acordo com a UEFA no âmbito do fair play financeiro, apesar dos 35,5 milhões de prejuízo do exercício. Na apresentação das contas, Fernando Gomes, administrador da SAD portista, falou em «contratos incomportáveis» para explicar a situação de incumprimento a que o clube chegou e diz que para a próxima época o clube já libertou 26 jogadores, o que permitirá diminuir custos em 20,8 milhões de euros.

O acordo com a UEFA anunciado em junho, depois de no exercício anterior os «dragões» terem apresentado 58.4 milhões de euros de prejuízo, previa uma redução gradual do défice ao longo dos próximos quatro anos: máximo de 30 milhões agora, depois 20, 10 e zero. Mas, segundo explicam os «dragões», a UEFA não inclui no total os custos com a formação, amortizações (excluindo passes de jogadores) e impostos sobre rendimentos, pelo que o valor final para efeitos do acordo foi de 25,4 milhões de euros.

Fernando Gomes disse acreditar que o clube conseguirá nos próximos exercícios apresentar melhores resultados do que os valores definidos pela UEFA, embora admita que a meta do organismo de que os custos com pessoal não representem mais de 60 por cento do valor dos proveitos operacionais não pode ser feito numa só época. E explica que esse trabalho já irá refletir-se no próximo exercício: «Libertámos 26 jogadores que tinham contrato, o que nos permite já em 2017/18 uma diminuição dos custos com o plantel de 20,8 milhões de euros.»

Para o futuro, Fernando Gomes fala de uma nova abordagem. «A determinado momento estabelecemos contratos com jogadores incomportáveis para o normal funcionamento da empresa, a menos que todos os anos gerássemos mais-valias grandes, mas isso obrigava-nos a desfazer o plantel todos os anos», afirmou, defendendo agora uma filosofia que passa por «vendas limitadas àquilo que pode ser a gestão do plantel.