O Moreirense mostrou esta terça-feira a sua nova face, literalmente, para atacar a versão 2017/2018 da Liga ao apresentar-se aos seus associados com um triunfo por duas bolas a zero diante do União da Madeira, do segundo escalão. Num jogo típico de pré-época foi o regressado Fati o reforço Koffi a dar abanão na monotonia, apontando os golos do triunfo.

A cinco dias do primeiro jogo oficial da temporada, a contar para a Taça da Liga diante do vizinho Aves, Manuel Machado faz ainda um esboço possível daquilo que será o primeiro jogo «a doer», por força das muitas indefinições no plantel, perspetivando-se ainda várias entradas e saídas do grupo de trabalho

Sagna, André Micael, Alan Schons e Boateng foram os únicos sobreviventes da época passada no onze inicial, a quem se juntaram os reforços Jhonatan na baliza, Mhoamed e Rúben Lima na defesa, Alfa Semedo e Rafael Costa no miolo e Arsénio no ataque, que foi complementado com o regressado Ernest, que esteve emprestado à Académica.

Muitas caras novas, uma equipa claramente em construção na qual as rotinas escasseiam foram as principais notas de destaque da exibição dos Cónegos. Salta à vista a robustez e a compilação física dos elementos mais recuados, estendendo-se a Alfa Semedo como pivô defensivo do meio campo, e a velocidade dos homens da frente.

Ernest, Boateng e Arsénio foram os mais adiantados, prometendo um Moreirense a operar de forma musculada na manobra defensiva e repentino na hora de armar o ataque, assim como Fati e Cádiz acrescentaram velocidade na segunda metade. A rapidez foi, de resto, a principal arma do conjunto montado por Manuel Machado para tentar abrir brechas no conjunto insular.

Com mais bola, como seria de esperar, o médio brasileiro Rafael Costa destacou-se como a unidade mais ativa na equipa da Liga, assumindo-se como o epicentro da construção de jogo do Moreirense.

Ainda assim, sem intensidade suficiente para criar grandes sobressaltos juntos de ambas as balizas. A exceção foi Fati, extremo irreverente que regressou e empréstimo ao Leixões. Com poucos minutos em campo, o camisola 17 dos Cónegos aproveitou uma bola dividida na área que ficou à sua mercê para dar colorido à festa de apresentação com um remate seco que ainda bateu no ferro antes de parar no fundo das redes.

Perto do apito final o jovem costa-marfinense Koffi, lateral direito contratado ao Vizela, fez o segundo do Moreirense na sequência de uma arrancada algo atabalhoada pelo seu corredor, acabando por ficar isolado na cara de Rodrigo Antunes, festejando de forma acrobática.

Antes disso Cádiz e Sagna desentenderam-se, trocando mimos no centro do relvado, com o árbitro Gaspar Fernandes a convidar os dois jogadores a abandonar o relvado. Particularidades de um jogo com muitas substituições, começaram à meia hora de jogo, e em que vários jogadores saíram e voltaram a entrar em campo.

Domingo é a sério para o Moreirense. A equipa de Manuel Machado disfarçou as fragilidades naturais de uma equipa em construção com dois lances individuais, revelando que há ainda muito trabalho pela frente.

FICHA DE JOGO

Moreirense-União da Madeira, 2-0

MOREIRENSE: Jhonatan; Sagna, Mhoamed, André Micael e Rúben Lima; Alfa Semedo, Alan Schons e Rafael Costa; Ernest, Boateng e Arsénio.

Jogaram ainda: Hichem, Elsinho, Ronaldo Peña, Victor Braga, Cádiz, João Sousa, Fati, Patrick, Koffi, Caleb, Cádiz e Macedo.

UNIÃO DA MADEIRA: Tony, Tiago Moreira, Paulo Vasconcelos, Allef, Laércio, Marakis, Mica, Rodrigo Henrique, Júnio, Gonçalo Abreu e Luan.

Jogaram ainda: Flávio Silva, Rodrigo Antunes, Sagna, Romaric, Matos, Jardim, Leandro, Jhonathan e Ham.

Golos: Fati (73’) e Koffi (87’)

Árbitro: Gaspar Fernandes (AF Braga)
Auxiliares: Pedro Pinto e Tiago Machado.