A alegria do futebol são os golos, naturalmente, mas num clássico eles elevam os adeptos ao patamar da euforia. Assim será sábado à noite no Dragão (a partir das 20h30). E, assim sendo, perto de 50 mil adeptos na bancada e muitos mais colados à TV estarão atentos em particular ao que André Silva e Bas Dost poderão fazer... Pelos dois pontas-de-lança mais determinantes da Liga até ao momento poderá passar em boa medida a decisão do FC Porto-Sporting, jogo grande da 20.ª jornada.

Bas Dost bisou no último fim-de-semana na receção Paços, André Silva também marcou um golo decisivo na vitória na deslocação ao Estoril. O holandês do Sporting é neste momento o melhor goleador da Liga com 16 golos e está no topo dos melhores marcadores do futebol europeu, a par de Aubameyang e Luis Suárez na corrida à Bota de Ouro.

O jovem prodígio dos azuis e brancos segue em segundo na lista dos melhores marcadores do campeonato, com 12, e já ameaça o registo de Simão Sabrosa como melhor goleador português neste século (18, em 2002/03). Está apenas a dois golos de ultrapassar Hélder Postiga (13 golos em 2002/03) para se tornar no melhor marcador português do FC Porto numa edição da Liga deste século. Mais difícil será conseguir igualar o feito do também portista Domingos Paciência, que em 1995/96, com 25 golos apontados, foi o último português a conseguir ser o maior artilheiro da Liga.

Holandês marca quase metade dos golos do ataque leonino

Apesar de ter começado a jogar só à 4.ª jornada, Bas Dost leva já 45,7 por cento dos golos do Sporting, praticamente metade da produção ofensiva leonina... São 16 golos em 16 jogos, uma média fácil de calcular mas bem difícil de alcançar: um golo por jogo – mais precisamente, um golo a cada 85 minutos em campo.

Não há na Liga avançado que tenha tanto peso no ataque da sua equipa e essa dependência não agrada a Jorge Jesus, conforme o técnico leonino já assumiu publicamente.

André Silva participou em todas as 19 jornadas da Liga e com a dúzia de golos que apontou (um a cada 138 minutos) tem uma média de 0,63 por jogo e é responsável por sensivelmente um terço da produtividade (mais precisamente 32,4 por cento) de todos os golos do ataque da equipa de Nuno Espírito Santo na prova. É o terceiro avançado com mais peso no respetivo ataque, atrás de Bas Dost e (ainda) de Moussa Marega, avançado maliano emprestado pelo FC Porto que apesar da ausência para participar no CAN continua, com dez golos em 29, a ser autor 34,5 por cento dos tentos do V. Guimarães.

André: cobrador-mor de penáltis. Dost: a cabeça como maior arma

André, que ainda não marcou num clássico, bisou três vezes nesta edição da Liga, enquanto Dost, que marcou no único dérbi que jogou (frente ao Benfica), bisou em cinco ocasiões, vem da maior sequência de jogos a marcar – cinco.

As diferenças entre o camisola n.º 28 do Sporting e o 10 do FC Porto não se revelam apenas em números, mas também na forma como os golos são apontados.

O jovem avançado de 21 anos internacional português e coqueluche portista é o jogador da Liga que mais bateu grandes penalidades, cinco, aquele que mais marcou, três, e também o que mais falhou, duas. André Silva tem uma eficácia de 60 por da marca da marca dos 11 metros, e além da última jornada frente ao Estoril, já havia marcado ao Feirense e ao Boavista; falhou frente ao Rio Ave (marcando na recarga), logo na primeira jornada, e não acertou também frente ao Sp. Braga.

André Silva tem seis golos de pé direito (contando com os três penáltis convertidos), dois de pé esquerdo e quatro de cabeça.

Nesse capítulo, a grande diferença para o holandês de 27 anos é que Dost, que não é o marcador de grandes penalidades, marcou metade dos 16 golos de cabeça: oito. Além de sete de pé direito e um de pé esquerdo, o único capítulo em que perde no comparativo com André Silva.

Na pontuação do Maisfutebol Bas Dost soma 54 pontos contra 59 de André Silva, no entanto tem menos três jogos disputados pelo que, com efeito, a média de pontos do holandês é superior – 3,38 contra 3,1 do jovem portista.

Sábado à noite, quando a bola começar a rolar no relvado do Dragão, os olhos estarão postos na capacidade de ambos em colocarem-na no fundo das redes. Poderá estar aí uma das chaves do clássico.