A derrota surpreendente do FC Porto, em casa, frente ao Arouca pode ter aberto um novo capítulo na história da Liga 2015/16. Serão, no mínimo, cinco os pontos de atraso dos portistas para o segundo classificado no final da jornada. E esse é o cenário, até, menos provável, uma vez que o Sporting é favorito na receção ao Rio Ave. Se o Sporting pontuar, então, serão seis os pontos de atraso para o segundo.

 

Qual a importância de frisar esta diferença pontual? Se o Sporting não perder, desde o início da Liga nunca um dos três grandes esteve tão atrasado na corrida ao título. É o FC Porto, que até terminou o ano de 2015 na frente, o candidato em maior quebra, de longe.

 

Até ao momento, a maior diferença tinha sido aquela que o Benfica teve de encarar no final da oitava jornada. Após a derrota caseira com o Sporting (0-3), a equipa de Rui Vitória ficou a cinco pontos do FC Porto, que era segundo, depois de também ter perdido pontos nessa ronda, no caso frente ao Sp. Braga.

 

É preciso sublinhar que a diferença real, na altura, eram seis pontos, mas em virtude do adiamento do U. Madeira-Benfica, da 7ª jornada, que acabou empatado e que, portanto, no acerto de calendário resultou nos tais cinco pontos.

 

Essa separação pontual manteve-se inalterável até à 14ª jornada, em que o U. Madeira surpreendeu o Sporting e o FC Porto subiu à liderança. Os leões passaram a ser segundos e, como o Benfica venceu o Rio Ave na mesma ronda, a diferença entre terceiro e segundo passou a ser de quatro pontos.

 

Rui Vitória começava a escalar a montanha que o devolveu à corrida ao título.

 

Rui Vitória ultrapassou fase delicada e está na luta pelo título
Rui Vitória ultrapassou fase muito dura e luta agora pelo título

 

Se ganhar o Clássico, Benfica recupera 14 pontos em 14 jornadas ao FC Porto

 

Na semana seguinte, o Benfica volta a encurtar distâncias. Se fizesse a sua parte, como fez, vencendo em Guimarães, ganharia sempre pontos, pois foi ronda de Sporting-FC Porto. Caiu o, então, líder. Era, aliás, o início da queda a pique dos dragões.

 

A diferença para o Sporting manteve-se, então, nos quatro pontos, mas a diferença é que a equipa de Jorge Jesus agora liderava. O segundo era o FC Porto, com dois pontos à maior. Mas por pouco tempo.

 

No adeus de Lopetegui, o FC Porto empata com o Rio Ave e o Benfica iguala os dragões na tabela. Estávamos na 16ª jornada. Em oito, Rui Vitória tinha recuperado cinco pontos. Passaram mais cinco e a recuperação continuou: já são 11 pontos ganhos aos dragões.

 

Convém lembrar que sexta-feira há Clássico na Luz o que pode resultar num de dois cenários: novo encurtar de distâncias entre as carruagens da frente ou o aumentar da recuperação do Benfica, que pode ganhar 14 pontos em 14 jornadas ao FC Porto!

 

E agora Peseiro?

 

José Peseiro precisa encetar, urgentemente, uma recuperação semelhante àquela que Rui Vitória conseguiu no Benfica, quando a equipa parecia arredada do título em novembro.

 

A missão é dura. Atente-se no calendário portista para o mês de fevereiro:

-12/fev: Benfica-FC Porto, Liga

-18/fev: Borussia Dortmund-FC Porto, Liga Europa

-21/fev: FC Porto-Moreirense. Liga

-25/fev: FC Porto-Borussia Dortmund, Liga Europa

-28/fev: Belenenses-FC Porto, Liga

 

Mais dores de cabeça a caminho para o FC Porto?

 

 

Três jogos fora e apenas dois em casa, sendo que dois dos embates longe do Dragão são em casa de Benfica e Borussia Dortmund, o que, naturalmente, não adivinha tarefa simples para os portistas.

 

A conclusão é simples: para ainda sonhar em reentrar nas contas desta Liga e evitar o terceiro ano seguido a ver fugir o campeonato para os rivais, o FC Porto dificilmente poderá fazer algo que não vencer na Luz. O Clássico, se já tinha sabor, assume caráter absolutamente decisivo para o FC Porto, extremamente importante para o Benfica e útil para o Sporting (e todos) perceber quantas carruagens chegam no comboio da frente.

 

A terceira parece perdida. De vez? Sexta-feira haverá mais novidades.