Na época 2018/19, só duas equipas portuguesas terão acesso à Liga dos Campeões.

Em declarações aos jornalistas à margem das conferências do Football Talks, onde falou sobre o modelo de negócio da Liga, Pedro Proença admitiu que este cenário o preocupa, mas mostrou confiança numa recuperação num futuro próximo.

«Se a eventual perda de competitividade dos clubes portugueses na Europa preocupa? Claro que preocupa! Isso tem acontecido nos últimos anos, mas temos tido a capacidade de nos regenerar, fundamentalmente no trabalho que fazemos com mestria na formação do jovem português e no scouting de determinados mercados que outros países europeus não conseguiram alcançar. Vamos continuar a fazer o nosso trabalho com as ferramentas que temos», afirmou.

Para o presidente da Liga, a queda de Portugal no ranking de clubes da UEFA não pode ser dissociada dos constrangimentos financeiros que afetaram o país nos últimos anos. «Tivemos uma troika há três anos. (…) Os critérios económico-financeiros são, no que diz respeito ao futebol, importantes», considerou antes de acrescentar: «Obviamente que não podemos querer comparar-nos com países que têm PIB’s e referências económico-financeiras de outros níveis, mas de certeza que vamos ser muito competitivos num futuro próximo.»

Depois do desequilíbrio de forças na Europa, Proença falou sobre as diferenças entre os chamados grandes do futebol português e os restantes clubes. O dirigente lembrou que outros campeonatos também se debatem com o mesmo assunto. «Não é um problema que acontece só em Portugal. Se olharmos para o top 5 das ligas europeias… o caso do Bayern Munique na Bundesliga, a La Liga com o Real Madrid e o Barcelona», começou por enumerar. «Obviamente que Portugal tem também este desafio», acrescentou, referindo que será importante criar condições para que os clubes mais pequenos se tornem maiores. «É esse o nosso desafio e temos de encontrar soluções.»