O início das férias natalícias estava marcado apenas para segunda-feira, mas o Benfica decidiu antecipá-las com uma baixa médica. Se para Jorge Jesus o jogo com o Sp. Braga foi a melhor exibição da época na Luz, este jogo com o Gil Vicente foi a pior.
 
O Benfica acusou as várias ausências (oito, no total), e a exibição cinzenta confirmou que as opções do técnico são limitadas, nesta altura. O líder voltou a aumentar a vantagem para seis pontos, mas com um triunfo sustentado num golo ilegal.
 
«Lanterna vermelha» da Liga, o Gil Vicente esteve na discussão do jogo até ao fim, mesmo sem ser brilhante, e ninguém ficaria escandalizado com o empate. No final os adeptos benfiquistas brindaram a equipa com assobios, totalmente justificados.

FILME DO JOGO
DESTAQUES INDIVIDUAIS
 
Perante uma entrada absolutamente apática do Benfica, o Gil Vicente aproveitou para levar o jogo para o meio-campo ofensivo nos minutos iniciais. A equipa de Barcelos não chegou a incomodar Júlio César, é certo, mas andou a rondar a baliza encarnada (destaque para um lance em que Simy quase se antecipa ao guarda-redes), e pelo menos conseguiu evitar sustos iniciais.
 
O primeiro lance de perigo do Benfica surge apenas aos 12 minutos, e através de um remate de longe de Talisca, que obrigou Adriano a defesa apertada. O Gil montou uma barreira defensiva bem coesa, em 4x1x4x1, com João Vilela próximo dos centrais, a reduzir a influência de Gaitán e Jonas no jogo entre linhas. Muitas vezes a última linha defensiva da equipa de José Mota apresentava mesmo cinco unidades, reforçadas pelo constante apoio dos extremos aos laterais, e depois Jander e Luís Silva à frente de Vilela, em duelo com Samaris e Talisca.   
 
Incapaz de furar esta barreira, o Benfica procurou sobrevoá-la. Foi assim que Talisca descobriu Jonas na área, num lance em que Adriano defende para canto (20m), e foi assim também que o Benfica chegou à vantagem ao minuto 29. Ola John picou para Maxi, que partindo de posição irregular rematou ao poste, com Gaitán a aparecer depois para a recarga.
 
Outro conforto, a  mesma (falta de) qualidade
 
Em vantagem o Benfica teve outro conforto para encarar a segunda parte, até porque o Gil Vicente via-se obrigado a prescindir um pouco da segurança defensiva. Mas quanto mais espaço existia para jogar, mais se notava a desinspiração encarnada. Um futebol desligado, precipitado, trapalhão, inseguro.
 
A formação visitante também mostrou falta de capacidade para alongar-se no campo, para chegar de forma mais sustentada à baliza benfiquista, mas ainda assim dispôs de algumas ocasiões para empatar o jogo.
 
Desde logo num lance em que um passe longo de João Vilela isola Simy, mas com este depois a ser batido em velocidade por César e a perder a possibilidade de rematar (56m). O próprio médio português teve uma oportunidade para marcar, após livre lateral, mas o cabeceamento foi defendido por Júlio César (71m).
 
Pelo meio o também brasileiro Adriano Facchini teve de aplicar-se para defender um remate de Talisca, na melhor ocasião do Benfica na segunda parte (62m), mas o Benfica nunca conseguiu chegar ao golo da tranquilidade, e Jesus até acabou o jogo com cautelas, trocando Lima por Cristante na última substituição.