O embate minhoto entre Vizela e Gil Vicente que abriu a quarta ronda da Liga na noite desta sexta-feira começou por arrancar bocejos. Sem intensidade nem rasgos de genialidade, o nulo no marcador ameaçou perpetuar-se no marasmo. Mas, o chá do intervalo foi bom conselheiro para o Vizela, transfigurando a equipa de Pablo Villar para a conquista dos primeiros três pontos esta época.

Um golo de Matheus Pereira, um herói pouco provável, efetivou a supremacia vizelense na segunda parte do jogo – fase que justifica o triunfo da equipa da casa – perante um Gil Vicente que foi pouco mais do que organizado na primeira metade, acabando por sucumbir perante o maior ímpeto vizelense.

A reação gilista, mais com o coração do que cabeça já na fase complementar do jogo, ainda deu para gritar o empate, por Depú, mas o golo foi invalidado pelo VAR por posição irregular. Sorri o Vizela com o primeiro triunfo da presente edição da Liga, perante um Gil que não mais venceu após a goleada da ronda inaugural do campeonato.

Falsa partida fica-se pela ameaça

Num duelo entre equipas minhotas, faltou nervo e fúria ao encontro em Vizela. Encaixadas com o mesmo modelo tático, as duas equipas foram quase sempre previsíveis e fáceis de anular, ficando reféns de lances individuais que tivesse capacidade para mexer com o jogo. Ou uma bola parada que fizesse a diferença.

Foi num desses lances, numa bola parada, que o Vizela quase chegou ao golo logo aos dois minutos. O canto de Nuno Moreira deixou Samu em boa posição para o remate à queima-roupa, mas Andrew susteve o disparo. Lance prometedor a abrir, mas que esteve longe de ter sequência.

Ainda sem vencer na Liga, o Vizela teve maior ímpeto, mas quase sempre forçado e sem serenidade suficiente para criar verdadeiro perigo. Tentou ser organizado com bola o Gil Vicente, conseguiu-o, em parte, mas essa organização não era correspondida em audácia atacante.

Vizela cresce para a primeira

Se foi sem surpresas que se chegou ao intervalo com um nulo no marcador, o figurino foi completamente diferente após o período de descanso. Cresceu a equipa de Pablo Villar, teve o ímpeto que faltava na busca pelos três pontos e fez o Gil Vicente perder a sua organização, algo que não tinha acontecido na primeira metade.

O momento do jogo, o golo vizelense, aconteceu logo ao 11.º minuto do segundo tempo por um herói improvável. Foi Matheus Pereira a subir de costa a costa, de uma área À outra, para recarregar com sucesso um primeiro remate de Essende defendido para o coração da área por Andrew.

Por cima no jogo, o Vizela colecionou lances para matar o jogo e viu o guarda-redes gilista manter o jogo vivo com a desvantagem mínima de um golo. Pelo meio um susto para os vizelenses com Depú, poucos minutos após entrar em jogo a «empatar» o jogo. Uma longa espera pelo VAR confirmou depois a posição irregular do avançado.

Os três pontos ficam em Vizela, justificados pela segunda metade. Primeiro triunfo do campeonato perante um Gil Vicente de Vítor Campelos que vai perdendo encanto após a goleada ao Portimonense a abrir a Liga. A turma de Barcelos somou o terceiro desairo consecutivo.