Funcionou quase em pleno a estratégia de Capucho no Municipal de Braga. O Rio Ave vencia ao minuto noventa no Minho, mas Stojiljkovic não deixou que a vaga vila-condense ultrapassasse a Pedreira e carimbou o empate (1-1) ao minuto 90, apimentando desde já o Clássico da próxima jornada entre Sporting e FC Porto (vale liderança isolada).

No regresso a casa, na reestreia de Peseiro no municipal bracarense, os arsenalistas não conseguiram encostar-se a FC Porto e Sporting permitindo um empate a uma bola diante do Rio Ave, que ainda não sabe o que é ganhar na presente temporada. Pedro Moreira adiantou os vila-condenses no marcador, ainda no primeiro tempo, e faltaram argumentos ao Sp. Braga para responder à organização da turma de Vila do Conde.

A estrear um novo relvado na Pedreira, os dois emblemas entraram em campo como que se sujeitando aos seus estatutos. O Rio Ave não se envergonhou perante o facto de se apresentar de forma mais retraída e fez da expectativa a sua principal arma.

Por seu turno, pertenceu com naturalidade ao Sp. Braga a iniciativa do jogo, ainda que uma iniciativa tímida e por vezes quase que desconfortável de uma equipa que está a passar pela mutação das ideias de Fonseca para a ideologia de Peseiro, mesmo que no onze apenas figurasse uma cara nova.  

Cássio sustém meia distância, Pedro Moreira marca

Sem criatividade e processos devidamente oleados, a supremacia bracarense viveu de remates de meia distância e de cruzamentos para o coração da área. Wilson Eduardo e Pedro Santos iam sendo dos que mais tentavam, vendo Cássio levar a melhor. Chegou a gritar-se golo, num cabeceamento de Wilson Eduardo, mas o esférico saiu ao lado.

O reforço Tomás Martinez, que se estreou oficialmente com a camisola do Sp. Braga, fez de Rafa ao assumir o papel de playmaker, mas não está, pelo menos para já, ao nível do internacional português e o futebol bracarense ressentiu-se disso.

Pelo meio da busca de identidade do Sp. Braga, o Rio Ave foi calculista, não se expôs em demasia e esperou a falta de posicionamento do adversário para subir ao ataque com perigo. Fê-lo de forma mortífera a cinco minutos do intervalo. Héldon fugiu pela direita obrigando Boly a sair do eixo para acompanhar o atacante, que cruzou para o coração da área. Pedro Moreira apareceu de rompante e ganhou o duelo a Baiano, abrindo o ativo e fazendo baixar a temperatura na Pedreira.

Domínio bracarense, perigo vilacondense

Depois do período de descanso o figurino não se alterou, e ainda se acentuou. O Sp. Braga correu atrás do prejuízo, balanceou-se ainda mais para o ataque, pelo menos de forma mais vincada, e procurou encontrar o caminho para a baliza de Cássio.

A baliza vila-condense passou a estar em ponto de mira e registaram-se vários disparos, mas sempre sem convicção e de forma demasiado espremida. Do lado oposto do campo, Héldon comandava o Rio Ave em contragolpes capazes de criar mais perigo junto da baliza de Marafona do que propriamente no último reduto de Vila do Conde.

Aos 58 minutos o avançado ficou isolado na sequência de um atraso mal medido da defesa bracarense, mas a tentativa de chapéu, já de um ângulo apertado, morreu nas mãos do guarda-redes arsenalista.

Preparavam-se para festejar os forasteiros, mas eis que já para lá da hora Stojiljkovic impediu que a estreia de Peseiro fosse ainda mais amarga. No tudo por tudo bracarense, o avançado rematou cruzado de pé esquerdo, carimbando assim o resultado final.

À procura ainda uma identidade pós Fonseca, o Sp. Braga perde no primeiro jogo em casa dois pontos, naquele que era um dos aspetos mais fortes na última época: a Pedreira. Do outro lado, Esteve quase, mas ainda não foi desta que Capucho sorriu no comando técnico do Rio Ave.