O comboio europeu continua a ter paragem obrigatória em Vila do Conde. Um golo de Guedes em Moreira de Cónegos foi suficiente ao Rio Ave para conquistar os três pontos diante do Moreirense, marcando assim posição na luta pelo sexto lugar e demonstrando ao Estoril que não está disposto a entregar o último lugar de acesso às competições europeias de mão beijada.

Num jogo nem sempre bem jogado, o Moreirense continuou a carregar a sua cruz nos jogos em casa, aumentando para nove os jogos sem vencer no seu reduto. Faltam ideias à equipa de Miguel Leal, o Rio Ave respondeu com pragmatismo e com capacidade para abanar a organização dos Cónegos.

Do decorrer da jornada chegavam a Moreira de Cónegos resultados com sabor antagónico. Em virtude da derrota da Académica o Moreirense apenas poderia tirar dividendos positivos deste jogo, mantendo a margem de cinco pontos para a linha de água. Já o Rio Ave viu-se apanhado na tabela classificativa pelo Estoril, pelo que estava obrigado a pontuar para recuperar o sexto lugar.  

Na praia de Palhinha e Wakaso

Face a estes pressupostos, com o campeonato a encaminhar-se para o seu final e com as contas a começar a apertar, Moreirense e Rio Ave redobraram cautelas e não se expuseram em demasia e não correram grandes riscos.

Os meios campos povoados com operários limitaram a criatividade das equipas de Miguel Leal e Pedro Martins, assistindo-se, por isso, a uma primeira parte em que imperou o músculo de Palhinha e de Wakaso. A dupla de médios mais recuados de ambas as equipas chegou para fazer a diferença, «limpando» tudo o que fosse tentativa de construir jogo.

Apenas lances esporádicos, de bola parada ou em transições com argumentos para abalar a organização defensiva, iam tendo capacidade para impedir que o marasmo dominasse por completo o Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas.

Guedes resolve à ponta de lança

No segundo tempo o figurino alterou-se. O Rio Ave precisou apenas de oito minutos para fazer o marcador mexer. Um cruzamento de Lionn, em zona aparentemente inofensiva, serviu para Guedes chegar ao golo com um toque subtil com o pé direito. Bonito gesto técnico do avançado do Rio Ave a abrir o ativo.

Se o Moreirense pouco foi capaz de fazer com o nulo no marcador, mais dificuldades sentiu quando foi obrigado a assumir as despesas, situação na qual a equipa de Moreira de Cónegos definitivamente não se sente confortável.

Os pupilos de Miguel Leal não pouparam no suor, batalharam, mas falta gente com capacidade para fazer a diferença no setor intermediário; Battaglia, por exemplo, que ainda morava em Moreira de Cónegos quando os axadrezados ousaram vencer pela última vez em casa, já lá vão mais de três meses.

Os três pontos viajam para Vila do Conde, num triunfo importante para a equipa de Pedro Martins, que mantém a pressão sobre o Arouca na luta pelo quinto lugar e atrasa várias equipas no que à manutenção do sexto posto diz respeito. A equipa da casa, o Moreirense, mantém a almofada de cinco pontos para a linha de água, mas vai protagonizando exibições muito pobres em Moreira de Cónegos, onde apenas soma dois triunfos.