A FIGURA: Hamzaoui

Excelente cartão de visita. Ainda não tinha marcado na Liga este argelino contratado ao Bejaia no defeso. Na Feira foram logo três. Figura absoluta do jogo, papel que começou a desenhar em grande estilo, com o golo de bicicleta que abriu o marcador e que merece ser visto e revisto. É daqueles que só ficará mais belo a cada visualização. No segundo tempo, então, mostrou a faceta de matador, a complementar a de artista. Isolado por Salvador Agra atirou certeiro para o 2-0 e fechou a tarde com o terceiro, roubando a bola a Ícaro e atirando, novamente, sem facilitar. Deixou água na boca.

O MOMENTO: Nacional não tem ciclismo, mas tem bicicletas

Minuto 30. O Nacional dispunha de mais oportunidades, no somatório total, mas o jogo já estivera bem mais desequilibrado. O Feirense começava a ganhar algum protagonismo, ameaçava a baliza de Rui Silva e o Nacional respondeu com estilo. Segunda jornada seguida com um golo de pontapé de bicicleta. À entrada da área, Hamzaoui fez um pontapé acrobático com a direção certa. A bola ainda bateu no poste antes de entrar. Candidato claro a golo da jornada.

Outros destaques

Tiago Rodrigues

Inteligência em prol do coletivo. Homem mais criativo do meio campo do Nacional, por contraposição com o músculo de César e Washington, é natural que seja nele que se depositem as principais esperanças na ligação ao ataque. E, na Feira, não se escondeu. Naturalmente ofuscado por Hamzaoui, ainda assim o jogo do médio sobressaiu. E as bolas paradas, no seu pé, levam quase sempre perigo. 

Victor Garcia

É um dos segredos deste Nacional. A equipa precisa de laterais que apareçam na frente para que homens como Agra ou Ricardo Gomes apoiarem no centro. E o venezuelano faz bem esse papel. Na Feira não foi diferente. Vai somando rodagem na Liga, à atenção do FC Porto, a quem pertence.

César

Surpresa no onze de Manuel Machado, não só pela sua inclusão, mas também pela posição que ocupou em campo. Jogou à frente da defesa, como médio mais defensivo, mas o jogo não correu bem. Não conseguiu construir, pouco destruiu. Pareceu sempre perdido. Saiu ao intervalo.

Semedo

O futebol tem destes paradoxos: Semedo até despediçou, provavalmente, a mais flagrante ocasião do Feirense, na primeira parte, na cara de Rui Silva, mas não deixa de ter sido o mais esclarecido dos homens da casa. Pecou ali, deu muito no resto do jogo. Processos simples e presença ativa na construção do futebol da equipa de José Mota. Não é à toa que o técnico gosta tanto dele.