Estreias internacionais, apuramentos festejados do México à Dinamarca, drama com fartura a culminar no clássico dos clássicos no Maracanã, golos para todos os gostos e muitos quilómetros percorridos. A janela de novembro foi intensa para os internacionais que jogam em Portugal.

Não houve lesões relevantes a registar – a Liga escapou sem grandes sobressaltos à razia de lesões que marcou esta janela -, mas entre as três dezenas de jogadores que regressam ao campeonato nacional depois de representarem as suas seleções alguns acumularam muitos minutos e muitos quilómetros, o que os treinadores terão obviamente em conta na preparação da eliminatória de Taça de Portugal que aí vem.

O Maisfutebol olhou para o que fizeram os internacionais de cada clube nestes dias.

Benfica

Enquanto o menino João Neves somava mais alguns minutos com a camisola de Portugal, acompanhado por António Silva, que foi opção no primeiro encontro da seleção nacional, frente ao Liechtenstein, lá muito longe, os veteranos Otamendi e Di María tiveram uma dupla jornada memorável.

Para começar, sofreram a primeira derrota desde a conquista do Mundial, frente ao Uruguai. Seguiu-se o Maracanã e o clássico com o Brasil, marcado por confrontos nas bancadas, muito drama e por uma vitória histórica assinada com um golo de Otamendi. Di María, a começar a sua despedida da seleção, saiu do banco e acabou a ser levado em ombros.

Na Europa, Trubin foi o dono da baliza da Ucrânia no nulo que atirou a sua seleção para o play-off de apuramento, enquanto Aursnes jogou de início e foi substituído no empate com a Escócia que representou o adeus da Noruega ao Europeu. Nem play-off nem nada para Aursnes, Haaland, Odegaard e companhia. Jurasek não foi de resto utilizado na dupla jornada da Chéquia, o selecionador até disse que o lateral não estava em forma, enquanto Musa apresentou queixas físicas ainda antes do início da dupla jornada da Croácia e voltou à Luz.

O que jogaram os internacionais do Benfica

António Silva (Portugal), 90m

João Neves (Portugal, 6m

Otamendi (Argentina), 180 minutos, 1 golo

Di María (Argentina), 49m

Aursnes (Noruega), 60 minutos

Trubin (Ucrânia), 90m

Jurásek (Chéquia), Não utilizado

Samuel Soares (Portugal sub-21), 90 minutos com Grécia

Tomás Araújo (Portugal sub-21), 90 minutos com Grécia

Sporting

Hjulmand saiu do banco na vitória sobre a Eslovénia que pôs a Dinamarca no Euro 2024 e somou a primeira titularidade na sua seleção na partida seguinte, a derrota na Irlanda do Norte, numa janela em que o Sporting teve jogadores em quatro continentes.

Gyokeres somou dois jogos completos, mas ficou em branco, na dupla vitória que fechou a fase de grupos para a Suécia, ainda com uma última hipótese de apuramento para o Euro 2024 via play-off.

Na qualificação asiática para o Mundial, Morita saiu do banco frente a Myanmar, a tempo de fazer uma assistência, além de ter jogado 90 minutos com a Síria, dois jogos marcados por goleadas do Japão, ambas por 5-0.

O médio japonês continua de pedra e cal na sua seleção, o que significa que deverá ser baixa para o Sporting entre janeiro e fevereiro, quando se jogar a Taça da Ásia. O mesmo vale para Diomande, que deverá ter nesse período a CAN com a Costa do Marfim. Por agora, o central não foi utilizado na dupla jornada mundialista da Costa do Marfim, tal como o guarda-redes Franco Israel, suplente em ambas as vitórias do Uruguai, frente a Argentina e Bolívia.

O Sporting teve ainda Dário Essugo, Rodrigo Ribeiro e João Muniz em ação no Torneio Preparatório da UEFA de sub-19

O que jogaram os internacionais do Sporting

Gonçalo Inácio (Portugal), 90m

Gyokeres (Suécia), 180m

Hjulmand (Dinamarca), 88m

Franco Israel (Uruguai), Não utilizado

Morita (Japão), 114m

Diomande (Costa do Marfim), Não utilizado

Eduardo Quaresma (Sub-21), Não utilizado com Grécia

FC Porto

João Mário voltou à base com novo estatuto. É agora internacional por Portugal, depois de se ter estreado frente ao Liechtenstein e começar de início o duelo com a Islândia. Tal como Pepê, que se estreou pelo Brasil, jogando os nove minutos finais da derrota frente à Colômbia, antes de assistir do banco a todo o drama do clássico com a Argentina.

Ainda na seleção nacional, Diogo Costa «descansou» no jogo com o Liechtenstein, quando Roberto Martínez promoveu a estreia de José Sá, e retomou o lugar frente à Islândia, enquanto Pepe não chegou a ser opção, dispensado por lesão. Ainda na Europa, Grujic festejou do banco o empate frente à Bulgária que garantiu o apuramento da Sérvia, de volta a um Europeu pela primeira vez em 24 anos.

Sérgio Conceição terá registado de resto a propensão goleadora de alguns dos internacionais nesta janela, tanto mais quando essa é uma limitação assumida do FC Porto na Liga esta época. Taremi marcou em ambos os duelos do Irão na corrida ao Mundial 2016, a vitória sobre Hong Kong e o empate no Uzbequistão, ele que foi totalista nas duas partidas.

Também Francisco Conceição assinalou a presença na seleção sub-21 com um enorme golo, que não foi suficiente para evitar a derrota frente à Grécia. E Eustáquio marcou em Kingston o golo da vitória do Canadá na primeira mão dos quartos de final da Liga das Nações da Concacaf, antes de a Jamaica conseguir a reviravolta em Toronto nesta madrugada.

O médio regressa de uma longa viagem, tal como Jorge Sánchez, que somou no total 194 minutos entre as Honduras e o México, no intenso duelo que apurou a sua seleção para as meias-finais da competição.

O que jogaram os internacionais do FC Porto

Diogo Costa (Portugal), 90m

João Mário (Portugal), 65m

Marko Grujic (Sérvia), Não utilizado

Pepê (Brasil), 9 minutos

Mehdi Taremi (Irão), 180m, 2 golos

Jorge Sánchez (México), 194m

Stephen Eustáquio (Canadá), 189m, 1 golo

Francisco Conceição (Portugal sub-21), 90m e 1 golo com a Grécia

Bernardo Folha (Portugal sub-21), Não utilizado

Gonçalo Ribeiro (sub-19 de Portugal)

Sp. Braga

O Sp. Braga teve Ricardo Horta a marcar mais um golo pela seleção na vitória de Portugal sobre a Islândia, saindo do banco nesse encontro e também frente ao Liechstenstein, além de Bruma, que voltou à seleção ao fim de quatro anos e foi utilizado em ambas as partidas.

Na América do Sul, o lateral Borja contribuiu com uma assistência para a história vitória da Colômbia sobre o Brasil, saindo do banco para a segunda parte, antes de ser titular na partida seguinte, o triunfo no Paraguai.

Em África, Niakaté foi totalista na dupla jornada do Mali de apuramento para o Mundial, frente a Chade e República Centro-Africana, enquanto Banza foi titular na derrota da RD Congo no Sudão.

Os arsenalistas tiveram ainda Joe Mendes na seleção sub-21 da Suécia, na derrota com Países Baixos, enquanto Serdar capitaneou a Turquia sub-21 na vitória sobre Noruega.

O que jogaram os internacionais do Sp. Braga

Ricardo Horta (Portugal), 58m, 1 golo

Bruma (Portugal), 26m

Niakaté (Mali), 180m

Simon Banza (RD Congo), 69m

Joe Mendes (Suécia sub-21), 90m

Serdar Saatci (Turquia sub-21), 90m

Houve vários outros clubes da Liga a cederem jogadores à seleção. No Boavista, Bozenik marcou na vitória da Eslováquia sobre a Bósnia, já depois do apuramento confirmado frente à Islândia. Tiago Morais foi por sua vez titular na derrota da seleção nacional sub-21 com a Grécia.

Na qualificação africana para o Mundial, Bruno Onyemaechi somou 102 minutos nos dois empates da Nigéria de José Peseiro frente ao Lesoto e Zimbabwe, enquanto Chidozie não foi utilizado. Makouta, o outro internacional axadrezado em ação nesta janela, foi titular e somou uma assistência para golo pelo Congo, derrotado pela Zâmbia.

O Casa Pia teve Yuki Soma na seleção do Japão, titular na goleada frente a Myanmar, enquanto em África Angola e Cabo Verde tiveram forte representação da Liga. O guarda-redes Bruno Varela, do V. Guimarães, ainda não foi utilizado pelos Tubarões Azuis, mas Hélio Varela, avançado do Portimonense, jogou meia hora em cada uma das partidas com Angola e Essuatini, a antiga Suazilândia. Os estrelistas Kialonda Gaspar e Manuel Keliano jogaram em ambas as partidas de Angola, os empates com Cabo Verde e Maurícias.