Figura: Iuri Medeiros

Podia ser um caso sério no futebol europeu, mas infelizmente para ele continua a alhear-se do jogo em certos momentos de forma inexplicável. A qualidade, porém, está toda lá: e esta tarde foi evidente. Fez o primeiro golo na marcação irrepreensível de um livre, mais duas assistências para os golos de Lucas e Schembri. Tudo fácil, para quem tem aquele pé esquerdo e muita visão de jogo.

Positivo: Pizzi

O médio é realmente um caso sério neste Benfica. O futebol encarnado passa todo pelos pés dele, por exemplo. Esta tarde, e perante o escândalo que o Estádio da Luz estava a assistir, pegou na bola e levou a equipa para a frente. Foi ele, aliás, que meteu a equipa a jogar. Até na segunda parte, quando teve de recuar ligeiramente no terreno. Só não fez golo, e até boas teve ocasiões para isso.

Negativo: Rui Vitória

Que mensagem passou para ao fazer entrar um onze em ponta de lança fixo? Sim, que Jonas não é isso, não é um homem de área. Se calhar por isso corrigiu cedo a mão e lançou Mitroglou ainda na primeira parte. Curiosamente depois disso o Benfica cresceu até dar a volta no jogo, começando por fazê-lo com um golo do próprio Mitroglou. Porque é mais fácil com alguém na área, claro.

OUTROS DESTAQUES:

Idris

Grande jogo do senegalês. Uma muralha em frente à defesa do Boavista, a correr a todas as bolas, a impor o físico para recuperar jogo, a preencher espaços, a pressionar adversários, enfim. Foi essencial em tudo o que fez, e sobretudo no apoio aos centrais, nas batalhas aéreas que se seguiram.

Renato Santos

Admirável, por exemplo, a jogada para o terceiro golo do Boavista, no excelente trabalho que fez na esquerda até descobrir Iuri Medeiros do lado oposto. Mas Renato Santos foi mais do que isso: foi uma seta apontada à área contrária, pronto a sair em velocidade ou técnica, e com muita visão.

Ederson

Sofreu três golos em menos de meia hora, sem que tivesse muita culpa nisso, mas ainda foi a tempo de ser fundamental. Absolutamente fundamental, aliás. Já nos dez minutos finais, roubou um golo ao isolado Renato Santos, que lhe apareceu na frente e prometia ser dramático para o Benfica.

Mitroglou

Entrou na melhor fase do Benfica, é verdade, mas depois de ele entrar tudo foi diferente. Começou por tornar o Estádio da Luz um vulcão, quando fez o primeiro golo encarnado, encostando para a baliza um cruzamento de Salvio. Depois foi sempre uma ameaça, que fez crescer a equipa com ele.

Nelson Semedo

Mais uma excelente exibição do lateral, que não teve uma tarde fácil com Renato Santos pela frente. O adversário obrigou-o a cuidados defensivos, mas Nelson Semedo não se ficou por aí e fartou-se de carrilar jogo pela direita, aparecendo muitas vezes na área adversária a criar desequilíbrios.

Cervi

Entrou ao intervalo, para uma posição que não é bem a dele, obrigado a ser uma espécie de lateral esquerdo. Tinha liberdade para subir, porém, e por isso transformou o corredor esquerdo na ala mais perigosa do Benfica durante toda a segunda parte. Pelo caminho sofreu o penálti do segundo golo.