Enquanto se ultimam contratos e finalizavam transferências, Famalicão e Arouca protagonizaram um espetáculo cinzento e pobre. 

Só poderia dar empate e sem golos, claro.

A vontade de ambas as equipas, posicionadas em zonas perigosas da tabela, em ganhar não pode ser colocada em causa. A qualidade de jogo é que esteve longe de imperar em Vila Nova de Famalicão.

Rui Pedro Silva, que soma apenas uma derrota na Liga desde que rendeu Ivo Vieira, montou a equipa em 3-4-3 com Gustavo Assunção a saltar de imediato para a titularidade. Os famalicenses entraram bem e foram a primeira equipa a criar oportunidades de perigo.

Por sua vez, o Arouca trocou apenas Thales por Esgaio em relação ao jogo anterior no Estoril. Os arouquenses sentiram dificuldades nos minutos iniciais e viram o VAR (por 10 centímetros) impedir o adversário de festejar o primeiro golo. Bruno Rodrigues estava em posição irregular antes do cabeceamento de Marín e do desvio para a própria baliza de Basso.

Os minhotos beneficiaram, não raras vezes, de recuperações em zonas adiantas para tentar ferir o oponente. Ainda assim, faltou melhor definição no último terço para que a estratégia colhesse frutos. Banza errou o alvo numa finalização na passada na área e Bruno Rodrigues disparou fraco numa saída rápida.

Lentamente, o Arouca conseguiu ter bola, circular e procurar a profundidade como tanto gosta. Foi, de resto, num lance desses que Arsénio fugiu a Ivo Rodrigues e tocou na cara de Luiz Júnior para a emenda de Bukia. O lance foi invalidado pela equipa de arbitragem e confirmado pelo VAR: o extremo português estava 9 centímetros adiantado.

Dez centímetros a mais para um lado, nove centímetros a mais para o outro resultaram numa igualdade – o futebol não segue uma lógica matemática.

Se a primeira parte teve alguns momentos de emoção, a maioria da segunda parte foi um longo bocejo. Lutou-se muito, mas jogou-se pouco. Balizas? Ninguém teve olhos para elas. Até que Marín perdeu a bola e deixou Arsénio na cara de Luiz Júnior – valeu a defesa do brasileiro.

Um ponto para cada lado não pode roubar o sozinho nem a Famalicão nem a Arouca. 

Seguir o deadline day deverá ter sido mais interessante.