Já passava das 18.30 horas quando Jorge Jesus entrou no relvado de Alvalade: de sorriso aberto nos lábios e um brilho nos olhos, o novo treinador leonino fez um discurso emotivo e de moralização do clube.

Antes de falar, porém, Jorge Jesus foi convidado a ver um filme nos ecrãs gigantes: um filme que transmitia a mensagem de que o sportinguismo se passa de geração para geração, recordando imagens de Virgolino de Jesus, pai de Jorge Jesus.

O treinador quase chorava: teve de suspirar várias vezes para suster as lágrimas.

«Não foi fácil ver estas imagens», confessou logo a seguir.

«Obrigado por não terem ficado em casa. Está na hora de caminharmos todos juntos, está na hora de a família sportinguista perceber que o mais importante é o Sporting Clube de Portugal.»

«E está na hora de nos assumirmos que queremos ser candidatos a todos os títulos que o Sporting disputa em Portugal. A partir de hoje não há dois candidatos em Portugal: há três candidatos em Portugal.»

Por esta altura já as bancadas estavam completamente eufóricas com o discurso ambicioso do treinador. Mas Jorge Jesus ainda tinha mais alguma coisa a dizer.

«Para terminar, temos de acordar o leão adormecido. Viva o Sporting Clube de Portugal.»

O Estádio de Alvalade, refira-se, meteu vários milhares de adeptos. A bancada central estava lotada e a bancada sul estava também muito bem preenchida.

Depois de falar, o treinador fez questão de fazer uma corrida até à bancada sul, onde estavam as claques leoninas, para lhes agradecer o apoio mais de perto.

Aí está Jorge Jesus: agora de gravata verde e com a memória familiar a conduzi-lo na procura de novas vitórias.