A FIGURA: Lisandro López

Chamado a jogo a frio, qual 112, face à lesão de Luisão, respondeu à altura e vestiu a pele de herói encarnado, salvando um ponto em cima da hora. O Benfica não tremeu com o argentino, porque foi, a par de Semedo, o melhor do quarteto defensivo. Dois cortes sobre André Silva, no segundo tempo, foram a amostra perfeita para um final de tarde positivo. O golo, num cabeceamento colocadíssimo no último canto do jogo, a cereja que buscava.

O MOMENTO: gelo argentino no Dragão

Minuto 90. Nunca um resultado de 1-0 deixa um jogo decidido, mas o Benfica não parecia ter arte para conseguir o que não tinha até então. Mesmo que o FC Porto tenha recuado nos minutos finais, a situação aparentou estar sob controlo. Um erro de Herrera que deu um canto ao rival em cima da hora fez tocar a sirene: poderia vir aí o pior para os dragões. E veio. Lisandro saltou mais alto do que toda a gente e colocou a bola na baliza. Empate que sabe a vitória para as águias.

Nelson Semedo

Perdeu um duelo em campo e foi logo aquele que não poderia perder. Deu espaço a mais a Diogo Jota no lance que desequilibrou a balança, mas era cruel castigá-lo por isso. Até porque voltou a mostrar, no resto do tempo, que está um senhor jogador. Correto a defender e vistoso a atacar, ficando na retina um nó cego em Oliver dentro da área portista, antes de cruzar. Na segunda parte, já com o Benfica em desvantagem, Nuno colocou Layún em campo para vigiá-lo de perto. Era por ali que o Benfica tentava a igualdade. Sinal de respeito portanto. Cresce de jogo para jogo e nem ambientes difíceis como o do Dragão o intimidam nesta fase.

Ederson

Curiosamente, depois do herói Lisandro, os dois melhores do Benfica foram também os que erraram no golo portista. Nelson Semedo, driblado, e Ederson, que não pode deixar uma bola entrar por aquele lado. Uma nódoa na pintura de qualidade que estava a desenhar. Num jogo em que até vomitou em campo depois de uma defesa quase por instinto e à queima roupa face a Corona, o brasileiro não deixou de ser figura de destaque do Benfica. Transmitiu segurança à equipa e, além desse lance com Corona, teve outro, novamente face ao mexicano, em que foi um gigante a cobrir o caminho da baliza. Depois do golo, recompôs-se e evitou que um livre de Alex Telles fizesse funcionar novamente o marcador.

Gonçalo Guedes

A ligação do Benfica ao ataque foi débil. Gonçalo Guedes, por ser o mais móvel da dupla, foi, também, o que esteve mais em jogo. Fez por isso, de resto, vindo atrás buscar jogo, tentando empurrar a equipa para a frente. Nem sempre decidiu bem, é certo, mas ficou com o mérito de ter tentado.

Samaris

Substituto natural de Fejsa mas com um andamento muito diferente. Tardou em entrar no jogo, comprometeu num par de lances, o maior quando quase entregou o ouro a André Silva, ainda no primeiro tempo, e não conseguiu ser o primeiro construtor do futebol encarnado, obrigado Pizzi a essa tarefa. Depois, claro, faltava gente mais à frente e a dupla atacante aparecia isolada e facilmente manietada. A confirmar o futebol paradoxal do Benfica, se os melhores erraram no golo de Diogo Jota, Samaris, em nível bem mais baixo que os restantes, foi o que esteve mais perto de marcar, num remate que obrigou Casillas a voar.

Luisão

Não tendo sido relevante para o jogo, nova lesão de Luisão deve preocupar o já de si ocupado departamento médico do Benfica. E Rui Vitória, por acréscimo.