Um autogolo de Luís Martins serviu de desbloqueador de conversa, para depois Jonas subir ao palanque e dar a voz pelo triunfo do Benfica.

A equipa de Rui Vitória trocou a ansiedade crescente pelo conforto dos golos em onze minutos, e embalou para um triunfo confortável, o que permitiu até que Rui Vitória tivesse o dérbi em mente na segunda parte.

Está ultrapassada mais uma final e o Benfica vai a Alvalade como líder, independentemente do que fizer o FC Porto em Braga.

Se Rui Vitória subiu o tom de véspera, foi também para motivar a equipa depois da exibição cinzenta de Moreira de Cónegos. A aposta no mesmo onze deu coerência ao discurso, mas não evitou alguma ansiedade na fase inicial.

O Benfica entrou cheio de vontade mas com pouco discernimento na finalização. Com meia-hora de jogo já Charles tinha feito seis defesas, mas nem todas de grau de dificuldade elevado. A melhor intervenção foi para evitar um autogolo de Raúl Silva (18m), mas depois o guarda-redes do Marítimo já não conseguiu fazer o mesmo com Luís Martíns (34m).

Ao tentar evitar que uma trivela de Rafa chegasse a Mitroglou, solto ao segundo poste para encostar, o lateral formado no Benfica desviou para a própria baliza.

Estava desbloqueado o jogo, até porque dois minutos depois o Benfica voltou a marcar, através de um remate de fora da área de Jonas. O brasileiro teve sempre muito espaço à entrada da área, e à quarta tentativa dessa zona acabou mesmo por bater Charles.

O «velho Jonas» voltaria a marcar ainda antes do intervalo, na sequência de um canto, fazendo o segundo «bis» na Liga 2016/17, e novamente a uma equipa madeirense.

O Benfica passava da ansiedade à tranquilidade, e até podia ter chegado ao intervalo com uma vantagem superior, se tivermos em conta que Mitroglou falhou um golo parecia certo, ao minuto 39, ainda que fique a dúvida se não foi tocado por Zainadine.

Jonas a liderar também a gestão

Com o triunfo na mão, Rui Vitória teve a possibilidade de gerir as opções na segunda parte. Começou por tirar Jonas, que até parecia apresentar algumas queixas (61m), e logo a seguir salvaguardou Pizzi, que estava em risco de falhar o dérbi com o Sporting (69m).

A qualidade do jogo refletiu-se, naturalmente, até porque o Marítimo já não teve convicção para reentrar na discussão do jogo.

Antes de fechar as substituições de Rui Vitória, a dez minutos do fim, Rafa protagonizou as duas melhores ocasiões do Benfica na etapa complementar. Primeiro a servir Mitroglou para um remate ao lado (51m), e depois com uma espantosa arrancada para isolar Salvio, que desaproveitou a oferta (67m).

Zainadine ainda ficou a centímetros de imitar Luís Martins (82m) e Keita desperdiçou a última oportunidade maritimista em tempo de descontos, pelo que prevaleceu o resultado que o Benfica construiu no primeiro tempo, ultrapassada a ansiedade inicial.