Cinco golos, três pontos para o Portimonense, com reviravolta a permitir igualar o Marítimo na tabela classificativa. Em ritmo molengão, o jogo até teve momentos de alguma emoção, com casos e o vídeo-árbitro a intervir para confirmar e retificar decisões do árbitro.

O ritmo de jogo baixo no Portimão Estádio também foi influenciado pela certeza do objetivo cumprido. De que voltarão a encontrar-se na próxima época na I Liga. E também pela tarde de verão, com temperatura alta.

A pressão de pontuar não era essencial e a tranquilidade permitiu também testes aos treinadores. No Portimonense, Folha voltou a experimentar o 3x4x3 com que iniciou a época, mas o resultado negativo fez com que alterasse o esquema ao intervalo, com as entradas de Dener e Aylton Boa Morte, num desenho em 4x4x2.

O Marítimo entrou em 4x1x4x1 que se manteve até final: os madeirenses aguentavam bem o meio-campo e depois eram rápidos nas transições.

O jogo foi tranquilo, mas com momentos emotivos, apesar de a abundância de oportunidades não ser elevada. Foi preciso esperar quase 15 minutos para o primeiro remate a uma baliza, no caso de Joel Tagueu, que viu Leo sacudir para canto.

O avançado camaronês deixou o aviso e, aos 26 minutos, não falhou, cabeceando sem oposição na sequência de um canto, colocando os insulares em vantagem. Contudo, esta durou pouco tempo: dois minutos depois, Tabata, pela direita, cruzou atrasado para o interior da área, onde apareceu Tormena a rematar. Charles defendeu, mas a bola sobrou para Henrique, que encostou junto ao poste direito. O árbitro anulou o golo por indicação do assistente, mas reverteu a situação com auxílio do VAR, validando o 1-1.

O Marítimo voltou depois a colocar-se em vantagem, através de uma grande penalidade. Cláudio Pereira viu falta de Léo sobre Barrera e assinalou penálti. Voltaria atrás na decisão após indicação de fora de jogo do assistente, mas o VAR interferiu de novo, confirmando a primeira decisão do árbitro: Joel Tagueu não desperdiçou a oportunidade e bisou: 1-2, aos 39 minutos.

Antes do intervalo, o Marítimo voltou a marcar na sequência de um livre, mas o lance foi anulado por fora de jogo de Grolli, que assistiu para a finalização de Zainadine.

Na segunda parte, o Portimonense foi mais perigoso, desperdiçando várias oportunidades. Dener, aos 62’, empatou de cabeça na sequência de livre. O golo do empate estava mais que justificado, depois de Jackson Martínez ter falhado, antes, duas excelentes oportunidades.

Os minutos finais voltaram a trazer de volta o VAR, decisivo para Cláudio Pereira anular um penálti que tinha assinalado por alegado braço na bola de Grolli, a cruzamento de Lucas Fernandes. A dois minutos dos 90’, Jackson Martínez fez o golo que tanto procurou, finalizando de cabeça, para dar os três pontos à equipa de Folha.

Para terminar, um reparo: o mês de maio vai quase a meio e o calor já vai "apertando" no Algarve, pelo que é difícil de entender como é que a Liga marca um jogo para as 15h30, no pico da torreira. É assim que se protege o futebol, os jogadores e o público? Nos fresquinhos camarotes do Portimão Estádio, onde esteve a assistir ao jogo, Pedro Proença teve oportunidade para, pelo menos, refletir sobre o assunto...