A sua revista digitalO empate do Sp. Braga no Bessa, neste domingo, atirou os números de Jorge Simão no clube para 42,86 por cento de aproveitamento dos pontos em disputa. Ou seja, dos 21 que disputou, conquistou 9. Numa comparação com José Peseiro, a perda é grande.
Tão grande que é a maior diferença negativa nos emblemas que trocaram de técnico nesta temporada, até ao momento. Jorge Simão precisa de 27 dos 39 pontos em disputa para chegar aos 65 que ambicionou quando chegou ao clube minhoto.
O Maisfutebol fez as contas às trocas na Liga e se o Sp. Braga apresenta a maior diferença entre Peseiro e Simão pela negativa, no outro lado está o Marítimo. Se tivessem os números de Daniel Ramos desde o início da época, os madeirenses estariam a lutar pelo terceiro lugar. Tal como o Feirense com Nuno Manta, já agora.
Com a Liga a entrar, praticamente, no último terço, Benfica, FC Porto, Sporting, V. Guimarães e V. Setúbal são os únicos clubes que não mudaram de treinador. Com a troca de Lito Vidigal por Manuel Machado em Arouca são já 13 as mudanças no banco.
Tudo começou na Madeira, com PC Gusmão a sair à quinta jornada. É a troca que leva mais tempo e até agora a melhor, inclusive na comparação com a temporada anterior.
Da época passada para esta, o Marítimo é a equipa que mais ganha em comparação com a jornada 21 de 2015/16. São mais nove pontos…e um jogo a menos, pois só nesta segunda-feira defronta o Rio Ave.
O Boavista também ganha em relação a 2015/16: seis pontos. FC Porto, V. Guimarães e V. Setúbal completam a lista de formações que estão a melhorar a pontuação em relação ao ano anterior.
O Rio Ave está dependente do jogo desta segunda-feira, o Belenenses mantém e as restantes fazem todas pior. Incluindo o líder e campeão Benfica.
Não será preciso muito para perceber que o Sporting é quem mais pontos perde de um ano para o outro. Não está sozinho, porém. O P. Ferreira tem igualmente menos 11 pontos que no campeonato anterior.
Em jeito de curiosidade, com 39 pontos em disputa até final, o Sporting é a única equipa em toda a Liga que já não tem qualquer possibilidade matemática de igualar o que fez na época passada: está a 45 pontos dos 86 que conseguiu. O Benfica fez 88, como se sabe, e para igualar esse número só pode empatar uma vez, já agora.
No plano oposto está o V. Setúbal. José Couceiro é um dos treinadores que resta desde o início da época. Os sadinos têm mais três pontos do que em 2015/16, mas estão apenas a um de igualar o registo final da época passada.
Os casos de Sp. Braga e Marítimo
De volta às trocas, dos 31 pontos que o Marítimo tem, apenas três são de PC Gusmão: o técnico brasileiro alcançou 20 por cento dos pontos em disputa.
Daniel Ramos subiu a percentagem para 62,22: uma diferença de 42,22 por cento, a maior do campeonato.
No Feirense, Nuno Manta tem uma percentagem melhor em relação a Daniel Ramos. Conseguiu 66,67 % dos pontos, mas a diferença para José Mota é menor (26,19) em relação a PC Gusmão/Daniel Ramos.
Nuno Manta tem a mesma percentagem de José Peseiro quando este saiu de Braga.
É verdade que o ex-treinador arsenalista saiu após a eliminação da Liga Europa e da Taça de Portugal, mas no campeonato teve um aproveitamento de 66,67 por cento.
Naquela altura, era o quarto melhor da Liga. Se o registo se mantivesse, Peseiro seria terceiro, apenas atrás de Rui Vitória (80,95) e Nuno Espírito Santo (79,36), em igualdade com Nuno Manta e, inclusive, à frente de Jorge Jesus: aproveitamento de 65,07.
Com Jorge Simão, o aproveitamento é apenas de 42,86 por cento. É menos do que o técnico tinha em Chaves e significa uma perda de 23,81 por cento em relação a José Peseiro. Refira-se que o Sp. Braga conquistou três pontos em Alvalade sob comando de Abel Ferreira.
As trocas de treinadores funcionaram, na maioria. Sete técnicos que entraram apresentam melhor registo que os antecessores. Jorge Simão e Pepa estão nos dois lados da barricada, no entanto.
Simão faz pior do que Peseiro em Braga e melhor do que Ricardo Soares em Chaves; Pepa é ultrapassado por Augusto Inácio no Moreirense, mas para já faz melhor do que Petit no Tondela, clube pelo qual tem apenas cinco encontros.
A percentagem mais baixa até ao momento pertence a dois treinadores: Jokanovic, no Nacional, e Pedro Carmona, no Estoril, a segunda maior queda percentual.
Os dois não conseguiram superar os registos dos antecessores, tal como aconteceu com Quim Machado, no Belenenses.
Com 39 pontos em disputa muita coisa pode mudar ainda. Veja-se, por exemplo, o que aconteceu ao Arouca na época passada. À 21ª jornada tinha 28 pontos e acabou com 54. Ou seja, em 13 jogos fez quase tanto como nos 21 anteriores. Impressionante e um exemplo a ter em conta por todos, incluindo Manuel Machado, que agora lá chegou.
