A FIGURA: Montero
Entrou aos 53 minutos para o lugar de Teo Gutiérrez. Trabalhou muito na procura de espaços entre a muralha defensiva que Manuel Machado se viu forçado a montar principalmente após a expulsão de Sequeira. Tiveram a assinatura alguns dos lances mais perigosos dos leões na fase final do encontro. Aos 83’ quase marcava através de um remate em arco que passou muito perto do poste direito da baliza de Rui Silva. Três minutos depois quebrou definitivamente a resistência da equipa insular após excelente lance de entendimento com Mané, com remate colocado ao segundo poste.
 
O MOMENTO: expulsão de Sequeira, 32 minutos
O Nacional já estava a sentir dificuldades quando o lateral esquerdo acabou por ser expulso depois de ver dois amarelos num espaço de cinco minutos (algum excesso de zelo no lance que origina a expulsão). Por essa altura, já se percebia que a estratégia do Nacional passava por barrar os caminhos da sua baliza e aproveitar para surpreender no contra-ataque. Também ficou claro, a partir daquele momento, que o Nacional dificilmente poderia aspirar a pontuar, muito menos levar os três pontos para a Madeira. E o ponto até esteve perto.
 
OUTROS DESTAQUES
 
João Mário: regressou ao onze depois de dois jogos de fora (saiu do banco com o Rio Ave e cumpriu castigo contra o Lokomotiv). Dois passes que são meio golo nos primeiros 45 minutos. Aos 12’ descobriu Gelson nas costas da defesa do Nacional, mas o extremo leonino não conseguiu receber de forma eficiente; novamente em evidência quando aos 28 serviu Slimani na marcação de um livre ao qual o argelino respondeu com um pontapé torto. Na etapa complementar continuou à procura de espaços, fosse nas faixas ou nas costas dos defesas, mas a formação insular raramente se desorganizou defensivamente. Com ele, o jogo anda a outra velocidade. Saiu aos 77’ para dar entrada a André Martins. Estava a ser dos melhores do Sporting.
 
Slimani: há noites assim, em que, por mais que se tente, a bola não quer nada com a baliza. Foi o que aconteceu ao argelino. Perdulário no capítulo da finalização, mas sempre muito batalhador no ataque. Com a chegada de Jorge Jesus (e, com ele, do 4x4x2) deixou de ser apenas um homem de área. Aparece várias vezes descaído para a faixa direita e até vai buscar jogo atrás.
 
Gelson Martins: nota-se que ainda está «verdinho», mas mostrou que tem o que é preciso para criar muitas dores de cabeça nas defesas contrárias. Foi o que fez esta segunda-feira. Arrancou o primeiro amarelo a Sequeira (27’). Antes disso já tinha posto a defesa do Nacional em sentido. Aos 12’ apareceu nas costas dos centrais mas não conseguiu receber da melhor forma. Logo a seguir foi servido por Slimani: em boa posição, acabou por rematar muito perto do poste direito. Continuou à procura de desequilíbrios no segundo tempo, mas esteve menos ativo após as entradas de Montero e de Mané.
 
Paulo Oliveira: o destaque não é pelo trabalho que teve. Na verdade terá sido um dos jogos mais tranquilos do central leonino. É, acima de tudo, pela classe que evidencia. Autoritário na disputa dos lances, principalmente com Tiquinho Soares, que praticamente não se viu no jogo. É cada vez mais o patrão desta defesa do Sporting.
 
Rui Silva: ocupou o lugar do lesionado Gottardi logo num dos jogos teoricamente mais complicados, mas não acusou a pressão do momento. Colecionou um par de boas intervenções, que ajudaram a alimentar o sonho do Nacional e a intranquilizar os jogadores do Sporting. Começou a 23’ com uma excelente defesa a remate difícil de Jefferson. Na segunda parte intensificou-se o trabalho, mas continuou seguríssimo. Aos 70 (Gelson) e aos 78 (Slimani) voltou a negar o caminho aos leões. Nem com asas chegava ao remate de Montero
 
Rui Correia: exibição personalizada do central da equipa insular. Sempre muito atento às movimentações dos homens mais avançados do Sporting, teve alguns cortes providenciais. Excelente entendimento com Zainadine no eixo da defesa. Nunca entraram em pânico, mesmo quando o Sporting já aparecia com meia equipa em zonas perigosas.
 
Ali Ghazal: fundamental no apoio aos defesas do Nacional nos momentos de maior aperto. Posicionamento quase sempre impecável. Foi incansável na busca de suprir a falta de um elemento durante quase uma hora de jogo.