Um penálti convertido com êxito por Fábio Abreu anulou um golo apontado do meio-campo por Angel Gomes e Moreirense e Boavista saíram com um ponto cada do duelo inaugural da terceira jornada da I Liga, em Moreira de Cónegos.

O minuto nove vai ficar na história dos melhores momentos desta temporada no campeonato, mas não chegou ao Boavista para somar a primeira vitória, apesar de continuar invicto fora do Bessa. Nessa condição continua também o Moreirense, mas no seu reduto, chegando aos quatro pontos, para dois da pantera.

No duelo do xadrez, as peças encaixaram-se no resultado final, que deixa por certo um sabor amargo às partes. Houve ocasiões para minhotos e portuenses saírem com outro resultado. Em alguns momentos faltou pontaria. Noutros, Léo Jardim e Pasinato agigantaram-se nas balizas.

Antes da obra de arte de Angel Gomes, porém, Léo Jardim assustou a própria equipa com um pontapé que deixou isolado Alex Soares, mas o médio não definiu da melhor forma e permitiu a emenda do guardião.

Moreirense-Boavista: o filme do jogo

Na resposta, após brilhar na Madeira com três assistências, Angel Gomes surgiu para a estreia a marcar pelo Boavista. Do meio campo, após ganhar com Javi García o duelo com Filipe Soares, foi um «vai já daqui»: viu o adiantamento de Pasinato e aplicou uma ‘chapelada’ soberba ao brasileiro.

A resposta do Moreirense foi pronta, aos 11 minutos, mas Léo Jardim negou o empate no cara a cara com Fábio Abreu. O jogo entrou depois numa toada de parada e resposta, com alternância entre mérito e demérito. As duas equipas tanto conseguiam encontrar espaços para contra-atacar, como eram apanhadas em contrapé com perdas de bola imprevistas.

Contudo, a falta de definição à frente não deu azo a claras ocasiões até Pedro Nuno marcar à meia-hora, na sequência de um canto: a festa rapidamente acabou porque a bola bateu em Steven Vitória antes de entrar: o central estava fora-de-jogo e Manuel Mota, com confirmação do vídeo-árbitro, anulou o 1-1. Depois, foi Pasinato a ganhar o duelo a Sauer e Pires, por pouco, não empatou num remate cruzado.

Essa igualdade surgiu de penálti a meio da segunda parte (65m) já após nova ocasião criada por Angel Gomes e de um remate de Pires, defendido por Léo Jardim para a trave e precedido de protestos do Boavista por alegada falta sobre Angel. Castigou, no fundo, a segunda asneira do guardião boavisteiro, que esteve no melhor e no pior na retaguarda. Carregou Fábio Abreu em falta e permitiu ao goleador dos cónegos assinar o 1-1.

Já após lançar a estreia de Walterson ao intervalo, Ricardo Soares apostou em Matheus Silva e em nova estreia, de David Tavares. Do outro lado, entraram Show e Nathan. A frescura em campo quase sorriu ao Boavista, mas Pasinato voou para negar a vitória da pantera a Nathan. Reisinho ainda foi a jogo na compensação, Fábio Abreu saiu agarrado a um braço e foi rendido por Lucas Silva, que quase assinou a reviravolta em cima da hora.

Nervos, vontade e raça dominaram até final, mas ninguém aplicou o xeque-mate e a vitória ficou sem dono.