O treinador do Moreirense, Ricardo Sá Pinto, na conferência de imprensa no Estádio Cidade de Barcelos, após o triunfo por 2-1 sobre o Gil Vicente:

«[Moreirense teve sorte] Fomos à procura dela desde o início. Entrámos com personalidade numa primeira parte muito igualada. Jogar aqui com a confiança que eles [Gil Vicente] estão, a moral, a Liga Europa praticamente garantida e nós vindos de sete jogos sem vencer e no último lugar, não é fácil. Dentro das circunstâncias fizemos um grande jogo. Ficamos reduzidos a dez, continuámos organizados, pressionantes, num bloco mais baixo, e sempre a espreitar a oportunidade de podermos fazer golo também. Fizemos dois golos, o Gil não conseguia entrar no jogo e os jogadores deles sem acreditar. Sentimos o jogo controlado. O Gil entra no jogo no golo do 2-1. Sabíamos que eles eram muito fortes a combinar e roubar [a bola] no jogo interior, pecámos ai. E o jogo mudou. A equipa sentiu a intranquilidade do passado e abanou. O Gil criou várias situações difíceis de parar, com largura, boas combinações, nós também já algo cansados. Foi a vitória do espírito de equipa, do sofrimento e da alma. Só assim se conseguem ultrapassar bons momentos. Não é fácil chegar aqui e fazer tudo bem. Soubemos sofrer quando assim teve de ser. Os adeptos incríveis a apoiar de início até ao fim. Estamos juntos, deram uma mostra de união e de acreditar. Só assim conseguimos atingir o objetivo de ficar na I Liga.

[Injeção de confiança] É decisivo nesta altura um resultado destes desta forma, a equipa mostrar vontade de dar a volta, não recear, mostrar coragem e união. Mostrámos isso tudo hoje. Doutra forma não conseguimos dar a volta à situação. Foi um passo muito bom que demos. Animicamente foi muito importante, da forma que foi e onde foi. Vamos tentar continuar os bons resultados, precisamos deles. Vai ser uma guerra até ao final. Foi bom para dar alento e confirmar o que dizia, que a equipa merecia mais. Tivemos alguma felicidade na parte final, mas o caminho é este.

[Entrada de Derik foi fundamental] O treinador também mostrou coragem, é um sinal que temos de dar. Os jogadores hoje em dia são competentes, com cultura tática do jogo. Não posso dizer uma cosia e fazer outra. Quando acredito na minha equipa tenho de transmitir isso. Umas vezes somos felizes, noutras não.

[Exibição de Jefferson] Por isso é que veio e só tenho pena de não ter o Mirallas há mais tempo. Nas três vezes que ia jogar lesionou-se antes do jogo. Ontem nem queria treinar, pois já estava com medo que acontecesse alguma coisa. Tem uma qualidade e experiência enorme. Consegue dar-nos 45%, provavelmente dará mais no futuro. Mas é uma pena. O Jefferson tem vindo a ajudar e esteve muito tempo parado, mas tem outra idade. Trouxe-o porque achei que tinha qualidade para ajudar e hoje foi determinante.»